Opinião
Antônio Carlos Macedo: impostos já ultrapassam R$ 500 bilhões em 2015
Colunista do Diário Gaúcho fala sobre os encargos cobrados pelo governo e alerta aos críticos: "Só reclamar sem apontar soluções é muito fácil"
Já pagamos mais de R$ 500 bilhões em impostos este ano. O cálculo é do Impostômetro, mecanismo mantido pela Associação Comercial de São Paulo, e leva em conta todos os tributos arrecadados por União, Estados e municípios desde 1º de janeiro. Para se ter uma ideia mais clara do montante, significa o ingresso de R$ 234 milhões por hora nos cofres públicos.
Nesse ritmo, o total no fim de ano será de quase R$ 2 trilhões. É muito dinheiro. Uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo. Da qual não escapa nem o pobre, obrigado a pagar impostos escondidos no preço dos poucos produtos que consome, como alimentos e remédios. Os encargos tributários, sem dúvidas, são altos, mas não os vejo como nosso maior problema. Pagar impostos faz parte da vida de qualquer sociedade organizada. Sem esses recursos, não tem como o governo prestar serviços, realizar obras e promover desenvolvimento. Diante de tal necessidade, perde o sentido qualquer cogitação sobre um país livre de impostos. Sendo eles fundamentais para a vida em coletividade, o debate deve ter como pauta a aplicação dos recursos.
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Benefícios caros
O valor arrecadado é menos importante que o destino do dinheiro. Previdência, saúde e educação, por exemplo, custam caro em qualquer lugar do mundo. E a Constituição de 1988, que garantiu a universalização desses benefícios no Brasil, não se preocupou em apontar os mecanismos adequados para financiá-los. Como são encargos que crescem anualmente, nem sempre notamos que consomem uma fatia cada vez maior dos orçamentos. O restante poderia ser melhor administrado pelos governos? Com certeza, poderia. Mas, mesmo assim, o valor seria suficiente para atender o custeio da máquina pública, prestar serviços e realizar as obras essenciais para o crescimento do país? É a pergunta que os críticos sistemáticos do pagamento de impostos precisam responder. Só reclamar sem apontar soluções é muito fácil!
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