Depois de lutar 40 anos para conseguir a ponte que faz a travessia entre as Ilhas da Pintada e Mauá, em Porto Alegre, o aposentado Nelson da Rosa Pires, 70 anos, vê seu sonho ruir apenas quatro anos após a construção.

- Faz quatro anos que a ponte foi feita e já está em péssimo estado. Quando a construíram gastaram R$ 150 mil, e hoje ela está desse jeito - desabafa.

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Em janeiro, o Diário Gaúcho já havia mostrado a situação em que os moradores da Ilha Mauá enfrentam com a conservação precária do acesso. À época, a Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) da Capital informou que seria realizado um conserto na ponte e até foi, mas, segundo o comerciante Vitor Hugo Araújo Leal, 36 anos, que atravessa a ponte diariamente, uma semana depois, a situação estava pior do que antes.

- Uns dias depois da reportagem veio um caminhão cheio de tábuas, a equipe olhou e foi embora. Um dia depois, voltaram trazendo só 'meia dúzia' de tábuas e foi o que colocaram - afirma Vitor.

Se a ponte cair, só barco chega lá

No final de janeiro, um caminhão carregado de pedras grés deixou o estado de conservação da ponte um pouco pior, pois com o peso, algumas tábuas quebraram.

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- Está perigoso, somos 250 moradores que, se ficarmos sem a ponte, estaremos ilhados, sem coleta de lixo, sem ter como pegar o ônibus, sem gás. Para atravessar, só de barco - relata Nelson, seguido por Vitor, que emenda:

- Tem uma reunião dia 16 para encaminhar uma solução, mas não sei se ela aguenta até lá.

De acordo com dois moradores, diversas vezes a prefeitura já foi procurada e como resposta eles recebem que há falta de verba.

_ Só nos dizem que não há dinheiro, mas para reformar a praça que fica no centro da Ilha da Pintada, eles têm _ desola-se Vitor.

Solução está longe do final

Se depender do poder público o problema da ponte não será resolvido imediatamente. A Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) respondeu que esta ponte está localizada em uma área de proteção ambiental do Estado. Por isso, embora a Smov tenha tentado ajudar com serviços paliativos, a construção de uma nova ponte deve ser demandada por meio da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado.

Em 15 de janeiro, a Smov havia informado que técnicos da secretaria estariam realizando um estudo para melhorar as condições de trafegabilidade.

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