Seu Problema é Nosso
Após três meses, leite especial volta a ser fornecido pelo Estado
Secretaria Estadual da Saúde não fornece lata de leite Neocate desde fevereiro em Gravataí
A espera de quase três meses por um leite especial que alimenta 825 crianças cadastradas na Secretaria Estadual da Saúde chegará ao fim até o início da próxima semana. Um alívio para os pais, pois cada lata custa entre R$ 170 e R$ 230 no comércio. Lotes já chegaram, após um longo processo de troca de fornecedor.
Entre os cadastrados que aguardam pelo alimento gratuitamente está Larissa, nove meses, filha da auditora de qualidade Amanda Boeira Barbosa, 31 anos, de Gravataí. Portadora de APLV (Alergia à Proteína de Leite de Vaca), a família teve a história contada pelo Diário Gaúcho no dia 22. Amanda entrou com pedido de retirada do leite Neocate na Secretaria Estadual da Saúde, e desde dezembro recebia 15 latas do produto por mês. Com a falta desde abril, só no primeiro mês, Amanda e o marido gastaram R$ 2,6 mil comprando as latas em farmácia particular.
Ajuda na rede
Outro caso é o do filho de Simone de Souza, 27 anos. Com a falta do Neocate, Talles, oito meses, recebeu doses a mais de sucos de laranja e de maracujá entre as latas de leite que Simone conseguiu arrecadar por meio de um grupo de mães reunidas numa rede social.
- Faço isso sempre, pois ganho somente oito das dez latas que deveria receber - conta Simone.
Na terça-feira
A assessoria de imprensa da Saúde afirma que as famílias que não têm liminar pela Justiça especificando a marca do produto receberão o leite genérico. Em Gravataí, cidade onde ambas moram, a distribuição do leite deverá começar na terça-feira.
Como os filhos de Amanda e de Simone não têm liminar concedida pela Justiça, receberão o leite de outra marca (não o Neocate ao qual estavam acostumados). Ao saberem da mudança, as mães reclamaram. Alegam temer reação contrária das crianças.
Só um médico pode orientar a substituição
No Brasil, além do Neocate, existem outras três marcas similares de leite especial. Ouvida pelo Diário Gaúcho, a pediatra Lia Brasil não recomenda a substituição do leite especial por outro alimento sem avaliação médica.