Opinião
Macedo expõe o drama de um pai cujo filho ficou de fora do Fies
Jovem de 22 anos não conseguirá seguir no curso de Medicina na Ucpel.
Abro espaço para uma manifestação que sintetiza com emoção e clareza o drama vivido por milhares de famílias que não conseguiram incluir seus filhos no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), programa do Ministério da Educação destinado a financiar o curso universitário no ensino privado: "Meu filho, de 22 anos, foi aprovado no vestibular de Medicina na Universidade Católica de Pelotas (Ucpel). Como foi muito bem na prova do Enem, solicitou o financiamento do Fies, já que de outra forma não tem como cursar a faculdade. Estou desempregado, e mesmo trabalhando não teria renda suficiente, e minha esposa é vendedora de loja. Mas o sistema do Mec não permitiu a inscrição. Não estamos pagando a universidade, que de forma compreensiva e íntegra faz gestões educadas. Mas não temos como pagar o que já é devido. E já estamos cadastrados em órgãos de proteção ao crédito. Hoje, fomos surpreendidos com a notícia de que o Rio Grande do Sul será excluído da concessão de bolsas de estudos no segundo semestre, que terá o número reduzido em 60% e priorizará as regiões Norte e Nordeste. Sem nenhuma fundamentação ou argumento justificável, exceto a 'crise'".
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Direito adquirido
O desabafo prossegue: "Seria por que a presidente não se elegeu no nosso Estado? O ministro Janine, que empresta seu intelecto a esse governo, declarou ser 'um crime impedir um jovem de estudar'. Vai concordar com isso ou trocará seus princípios por um emprego, defendendo o indefensável? Meu filho preencheu todos os requisitos, ou seja, adquiriu um direito. Todos falamos que a educação é solução dos nossos mais agudos problemas, principalmente os políticos, mas passo a crer que seja apenas um argumento protelatório e cínico para manter tudo como está. Somente quem é pai, tem a honra de poder ter um filho médico e vê essa chance se esvair, sabe a angústia e depressão que estou enfrentando. O governo está matando a a vocação e o sonho de um jovem e o orgulho e a dignidade de uma família", diz L.F.P., que pediu para não ser identificado para evitar constrangimentos.