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Opinião

Macedo expõe o drama de um pai cujo filho ficou de fora do Fies

Jovem de 22 anos não conseguirá seguir no curso de Medicina na Ucpel.

27/06/2015 - 12h01min

Atualizada em: 27/06/2015 - 12h01min


Arquivo pessoal / Divulgação

Abro espaço para uma manifestação que sintetiza com emoção e clareza o drama vivido por milhares de famílias que não conseguiram incluir seus filhos no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), programa do Ministério da Educação destinado a financiar o curso universitário no ensino privado: "Meu filho, de 22 anos, foi aprovado no vestibular de Medicina na Universidade Católica de Pelotas (Ucpel). Como foi muito bem na prova do Enem, solicitou o financiamento do Fies, já que de outra forma não tem como cursar a faculdade. Estou desempregado, e mesmo trabalhando não teria renda suficiente, e minha esposa é vendedora de loja. Mas o sistema do Mec não permitiu a inscrição. Não estamos pagando a universidade, que de forma compreensiva e íntegra faz gestões educadas. Mas não temos como pagar o que já é devido. E já estamos cadastrados em órgãos de proteção ao crédito. Hoje, fomos surpreendidos com a notícia de que o Rio Grande do Sul será excluído da concessão de bolsas de estudos no segundo semestre, que terá o número reduzido em 60% e priorizará as regiões Norte e Nordeste. Sem nenhuma fundamentação ou argumento justificável, exceto a 'crise'".

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Direito adquirido

O desabafo prossegue: "Seria por que a presidente não se elegeu no nosso Estado? O ministro Janine, que empresta seu intelecto a esse governo, declarou ser 'um crime impedir um jovem de estudar'. Vai concordar com isso ou trocará seus princípios por um emprego, defendendo o indefensável? Meu filho preencheu todos os requisitos, ou seja, adquiriu um direito. Todos falamos que a educação é solução dos nossos mais agudos problemas, principalmente os políticos, mas passo a crer que seja apenas um argumento protelatório e cínico para manter tudo como está. Somente quem é pai, tem a honra de poder ter um filho médico e vê essa chance se esvair, sabe a angústia e depressão que estou enfrentando. O governo está matando a a vocação e o sonho de um jovem e o orgulho e a dignidade de uma família", diz L.F.P., que pediu para não ser identificado para evitar constrangimentos.


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