São Leopoldo
Restaurante afasta funcionário que jogou balde de água em morador de rua
Episódio gerou revolta nas redes sociais na cidade onde o vídeo foi gravado
O vídeo que mostra um homem molhando um morador de rua com um balde d'água gerou revolta nas redes sociais e reação por parte dos donos do restaurante onde o homem trabalhava. O funcionário foi afastado e o estabelecimento, de São Leopoldo, lançou um comunicado, no domingo, 7, afirmando que não compactua com as ações.
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A gravação, feita na Rua Independência, a principal da cidade, e começou a circular nas redes sociais na sexta-feira, 5.
Nas imagens, um morador de rua aparece dormindo na calçada, quando é surpreendido por um balde d'água. O homem que joga a água exclama: "Acorda, vagabundo!".
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O texto divulgado pelos proprietários do restaurante Modelo ressalta que a atitude do funcionário foi isolada. Eles afirmaram, também, que acreditam que o vídeo foi gravado há cerca de um ano, mas garantiram que não sabiam de nada até a divulgação nas redes sociais.
Confira a nota na íntegra:
"Nota oficial à imprensa e à comunidade de São Leopoldo
O Restaurante Modelo opera há mais de 10 anos na Rua Independência, 273, no Centro de São Leopoldo (RS). Nesta década de atividade fizemos milhares de clientes - a grande maioria se tornou e permanece amiga de nosso estabelecimento. Por isso, é extremamente triste para nós enfrentar a situação de exposição que temos vivido.
Desde a divulgação de um vídeo em que um de nossos funcionários jogou um balde dágua num morador de rua, ao lado de nosso restaurante, estamos lidando com críticas - algumas justas (quando dizem respeito ao fato específico) e muitas outras injustas. Como dissemos, desde o início, o Modelo não compactua com esse tipo de atitude e condena qualquer tipo de agressão. A atitude do funcionário não teve nem nunca terá a concordância dos proprietários deste restaurante. Por esse motivo, advertimos e suspendemos temporariamente o funcionário.
Diferentemente do que foi divulgado em reportagem em site de notícias nacional, o funcionário em questão estava no quadro do restaurante até o dia 6 de junho.
Completando a informação divulgada na mídia, por medida disciplinar o advertirmos e o afastamos das funções. Nosso estabelecimento se reserva ao direito de proteger a identidade de nosso colaborador, neste momento, em que os ânimos estão justamente alterados, e por uma questão de segurança.
Nós, proprietários do Modelo, tomamos conhecimento do vídeo na noite de sexta-feira, 5 de junho. Desde então, temos sofrido com a divulgação de boatos e de histórias inverídicas sobre o tratamento que dispensamos à nossa clientela. Lamentamos que, nessa hora difícil, usem da repercussão desse triste episódio para destruir a reputação de trabalho e bom atendimento que temos construído com respeito nesses últimos 10 anos.
A respeito do morador de rua que foi acordado com um balde dágua, conhecido como Batata, muitos de nossos clientes já testemunharam as vezes em que disponibilizamos várias refeições a ele. Por isso, também para nós é doloroso ter de enfrentar esse momento em que a revolta da sociedade de São Leopoldo, contra a atitude de acordá-lo daquela maneira indigna, se mistura com boatos e inverdades sobre a conduta dos proprietários desta casa.
Sabemos que os moradores de rua, precisem ou não de atendimento médico, são cidadãos em situação de vulnerabilidade social. Só empreendedores como nós, que mantêm estabelecimentos como restaurantes, sabemos o quanto essas pessoas precisam de ajuda e de atendimento diário. Por isso, também lamentamos que, nessa hora, muitos prefiram apenas atacar e julgar o Restaurante Modelo sem questionar ou criticar a falta de assistência social para a população de rua. O vídeo, revoltante, repetimos, fez com que o Batata, enfim, fosse visto pelas muitas pessoas que o ignoram diariamente em nossa cidade - dada a sua situação de "invisibilidade". Nunca foi o caso do Restaurante Modelo - sempre que possível, demos a atenção.
Infelizmente, repetimos, a atitude filmada não é nem nunca fez parte de qualquer "orientação" aos funcionários. Não divulgaremos o nome do envolvido, que está suspenso, porque acreditamos que um erro não pode justificar o outro - e, nesse momento, diante de ameaças e ânimos exaltados, precisamos também ser responsáveis com a segurança do funcionário que teve aquela atitude impensada.
Diego Antônio Carbonari
Altair Ferreira
Proprietários Restaurante Modelo Restaurante e Lancheria".