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Seu problema é nosso

Aposentada aguarda acordo para fazer cirurgia em Porto Alegre

Zelma Terezinha Felício, 49 anos, corre o risco de ficar cega por causa da diabetes

29/07/2015 - 08h39min

Atualizada em: 29/07/2015 - 08h39min


Manoela Tomasi / Especial

Enquanto o governo do Estado e o Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre não definem um acordo sobre o fornecimento de medicação para a cirurgia de edema macular diabético, a aposentada Zelma Terezinha Felício, 49 anos, corre o risco de ficar cega. Há nove anos, ela descobriu que tinha diabetes e, desde então, luta contra o avanço da doença que, se não tratada a tempo, resulta na perda da visão. A aposentada conseguiu o medicamento junto à Justiça e um atestado médico que a encaminhava para a cirurgia no Hospital Banco de Olhos. Porém, não conseguiu realizar o procedimento, porque o hospital não aceita mais receber a medicação das mãos dos pacientes, como fazia até o final do ano passado.

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- Quando soube que não poderia fazer a cirurgia fiquei arrasada - lamenta Zelma.

Desde dezembro do ano passado, o Hospital Banco de Olhos decidiu não realizar mais esse procedimento pelo Sus, alegando que os pacientes recebiam a medicação da Defensoria Pública, mas não armazenavam de maneira adequada e poderia causar mais danos do que benefícios.

Mais qualidade

De acordo com o médico Luís César Souto de Moura, diretor executivo do Hospital Banco de Olhos, a cirurgia era repassada para a instituição até dezembro de 2014. Desde então, foi interrompido o procedimento até que se tenha materiais de qualidade, de acordo com as exigências do fabricante.

- As ampolas, que guardam o medicamento, precisam de refrigeração especial e tivemos caso de pessoas chegando aqui com elas dentro de um pote de margarina e três cubos de gelo. O cuidado com a qualidade deste medicamento estava fora do controle - afirma o especialista.

Nova proposta

O combate à doença consiste em uma ampola que contém a substância Lucentis, que deve ser aplicada dentro do olho.

Zelma precisa aplicar três ampolas em cada olho - custa R$ 4,5 mil cada. Pelo alto custo, o medicamento não está incluído na tabela do Sus, e a Justiça tem garantido o remédio.

O diretor do Hospital explica que o hospital fez uma proposta para o governo do Estado oferecendo o serviço, desde que a medicação fique sob os cuidados da instituição. Há uma previsão de acordo ainda para este ano.

- A proposta, se aprovada, ainda trará uma economia de 54% ao governo. Estamos preparados para atender. Temos as ampolas e os especialistas - salienta.

Secretaria repassa caso ao hospital

A Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre afirma que, como a paciente foi encaminhada ao Hospital Banco de Olhos, ela deve aguardar uma posição da instituição. Depois que o usuário é encaminhado para determinado hospital (no caso, o Banco de Olhos), todo o fluxo deste paciente passa a depender do gerenciamento do hospital, que vai agendar e tratar o usuário conforme a sua disponibilidade de horários, equipes e vagas de internações.

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