A vida de Beatriz Natel dos Santos, 21 anos, e de Francisco Costa Coelho, 50 anos, mudou radicalmente na última semana. Ela procurava o pai desde os 17 anos e ele não imaginava que tivesse uma filha. Mas o curioso é que ambos trabalham na mesma empresa - uma cooperativa no município de Cafelândia, distante cerca de 525 quilômetros de Curitiba, no Paraná.

Beatriz foi criada pela mãe e pelo padrasto, que só soube que não era seu pai biológico aos 14 anos. Três anos depois, resolveu procurar Francisco.

- Quando minha mãe me contou, ela não deixou eu procurá-lo por medo. Mas quando eu estava para fazer 18 anos postei no Facebook que estava procurando ele, e nada. Logo depois minha tia me deu uma foto dele, eu postei de novo e nada - contou ao portal G1.

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Sem conseguir encontrar seu pai, ela decidiu, em julho deste ano, pedir ajuda em uma rádio na cidade. Por lá ela conheceu Genésio Roecher, que se comoveu com a história e resolveu ajudá-la. E não é que deu certo. O radialista conseguiu encontrar Francisco.

- Descobri que ele também trabalhava na Copacol. Eles trabalhavam juntos. Quando comparei as fotos, a do cadastro dele com a foto que a Beatriz tinha, vi que era o mesmo cara. Levei um susto - disse Genésio.

Ele contou para Beatriz a novidade e resolveu armar um encontro entre os dois. A ideia era que ela se passasse por uma advogada e entrasse na sala onde o pai biológico trabalha.

- Eu estendi o papel e falei: 'O senhor poderia assinar esse documento? Senão eu mesmo assino, pai'. Ele ficou parado por uns segundos e depois me abraçou - lembrou, emocionada.

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Francisco, que é casado e tem outros cinco filhos - mas nenhum biológico - ficou surpreso com a notícia e considerou uma "coincidência boa" tê-la encontrado, ainda mais trabalhando na mesma empresa que ele.

- Dia 7 de outubro, eu faço 51 anos e minha mulher faz 44, dia 8. Vamos fazer uma festa lá em casa e ela vai participar com a gente - afirmou.

Por que ele não sabia da filha

O homem e a mãe de Beatriz haviam se conhecido em uma cidade próxima a Cafelândia, em Assis Chateaubriand. Eles começaram a namorar em pouco tempo, mas Francisco precisou voltar para Sorocaba, onde morava. Ele a convidou para ir junto para o interior paulista e a mãe de Beatriz por lá ficou durante seis meses. No entanto, não se acostumou com a cidade e voltou para o Paraná.

Pouco tempo depois, ela descobriu que estava grávida. Tentou contato com Francisco, mas uma tia dele não acreditou que o filho fosse do sobrinho e a impediu de falar com ele. Ofendida, ela resolveu criar Beatriz sozinha e revelou o segredo apenas em sua adolescência.

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* Diário Gaúcho