A Câmara dos Deputados está agora preocupada em censurar as roupas usadas nas dependências do legislativo. A iniciativa da mesa diretora foi motivada por pedido de deputadas incomodadas com o uso de missaia, decotes e outros trajes sensuais no âmbito do legislativo.

Uma das líderes do movimento, a deputada Cristiane Brasil (PTB/RJ) quer eliminar "peças excessivamente decotadas, tanto na frente quanto nas costas, blusas de frente única ou tomara-que-caia, shorts, bermuda, mini blusa, minissaia, trajes de banho e de ginástica".

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Ela também quer restrições ao uso de jeans. Não serão aceitas calças "rasgadas, desbotadas, estilizadas, muito justas ou com cintura baixa". O texto deixa claro que não poderá haver "exposição do abdômen ou lombar". A proposta proíbe ainda roupas muito "justas e apertadas", e o uso de chinelos "ou similares", salvo quando houver recomendação médica.

Pela proposta da presidente nacional do PTB, as mulheres devem trajar tailleur com saia social e paletó, terninho, vestidos longos ou médios, calças ou saias longas. Nenhum desses trajes pode ficar acima dos joelhos.

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Tênis limpos
 
Quanto aos calçados, homens e mulheres terão que usar sapatos sociais. Nos casos em que o tênis for permitido, o calçado não deve ser muito chamativo e terá que estar limpo". Também sou contra os excessos.

Entendo que o bom senso deve orientar a escolha das roupas em qualquer ambiente. Mas daí a criar um código de conduta para censurar a presença do povo na Casa do Povo vai uma distância muito grande.

Ainda mais num país de descamisados, em que milhões de pessoas mal tem o que vestir e calçar. "É um movimento de valorização do Congresso", justifica a deputada, que transfere para as vestes do cidadão comum uma responsabilidade ignorada por boa parte de seus colegas deputados e senadores, cujos maus exemplos estão na raiz do desgaste e da falta de prestígio do legislativo junto à sociedade brasileira.

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