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Arrombamento

Após vandalismo, posto de saúde da Restinga só reabre na segunda-feira

Computadores e vales-transporte foram levados, além de quatro salas arrombadas e gavetas reviradas

15/10/2015 - 20h15min

Atualizada em: 15/10/2015 - 20h15min


Depois de duas escolas e uma ONG arrombadas em menos de um mês, ontem, um posto de saúde amanheceu vandalizado na Restinga, Zona Sul de Porto Alegre.

Quando os funcionários chegaram para trabalhar encontraram móveis espalhados, documentos revirados, gavetas e armários escancarados. Ovos foram arremessados contra as paredes e no chão do corredor da unidade, que atende cerca de 75 mil moradores do Bairro. Para ser recuperada, ela só reabrirá na segunda-feira.

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Os vândalos invadiram a Unidade Básica de Saúde (UBS), localizada na Rua Abolição, durante a madrugada. Por volta das 5h30, o recepcionista chegou e encontrou uma cena que ele descreve como um "pandemônio". Pelo estado que encontraram o local, funcionários acreditam que os criminosos tenham entrado pelo buraco do ar-condicionado.

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Segundo a coordenação do local, foram roubados dois computadores e diversos vales-transporte, que são concedidos para usuários que têm consultas marcadas. Quatro salas foram arrombadas, câmeras de vigilância arrancadas e as paredes pichadas.

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Sem perícia

A 16ª DP não conseguiu acionar a perícia para ir até o local. De acordo com o delegado Francisco Antoniuk, a equipe está totalmente reduzida e faltam profissionais para investigação. A Guarda Municipal informou em nota que o caso de arrombamento na UBS da Restinga ocorreu de forma isolada.

- Na UBS atendemos através de alarmes e, devido à falta de luz na região, a patrulha da GM não recebeu o aviso -. A Guarda informa ainda que intensificou o patrulhamento no local.

Sem serviço

O vandalismo e a falta de segurança levaram a unidade a fechar as portas. Seis pessoas que esperavam por consultas no lado de fora do posto foram orientadas a retornar para as suas casas. De acordo a coordenadora da unidade, Mauria Rosana Gehlen, a equipe de manutenção fez um ajuste provisório na grade que cobre o ar-condicionado. Hoje, o trabalho deve continuar.


Foto: Arquivo pessoal

No local trabalham 53 funcionários, entre clínico-geral, ginecologista, pediatra, dentista, nutricionista, área de tratamento de tuberculose e de saúde mental. Segundo a coordenadora, passam cerca de 1,4 mil pessoas por mês para pedir informações na recepção. São cerca de 300 consultas médicas mensalmente, além dos atendimentos de enfermagem e farmácia.

Medo de retornar

Segundo a coordenadora da unidade, depois que o posto foi reformado, há dois anos, este foi o primeiro arrombamento.

- Nós estávamos nos sentindo seguros, pois colocaram grades em tudo. O que nos chocou muito foi o vandalismo. Há 15 anos eu trabalho aqui e nunca me senti ameaçada desta maneira - desabafa Mauria.

Conforme a coordenadora, o posto estava passando por processo de informatização.

- Tudo é difícil de conseguir aqui no posto. Qualquer equipamento é uma luta. Estávamos capacitando nossos profissionais e agora, como vai ficar? Isso desanima muito. Como fica o atendimento para a nossa comunidade?

Retaliação

Um casebre onde moravam cerca de quatro pessoas em um terreno atrás do posto de saúde foi incendiado. Segundo funcionários da unidade, o incêndio teria sido criminoso e ocorreu logo depois que um dos moradores teria gritado aos funcionários que conhecia a identidade dos suspeitos.

Vandalismos em um mês

- 4 de outubro - ONG Centro Social Padre Pedro Leonardi, na Restinga, é invadido durante madrugada. O local sofreu diversos estragos, mas sem furto.

- 19 de setembro -  dois adolescentes tentaram arrombar a Escola Municipal de Educação Infantil Dom Luiz de Nadal, na Rua Charles Chaplin, Bairro Restinga, mas foram flagrados pelas câmeras de segurança e pegos pela Guarda Municipal. 

- 14 de setembro - mesmos adolescentes confessaram envolvimento no arrombamento à Escola Especial Tristão Sucupira Vianna, que foi totalmente vandalizada e de onde furtaram CPUs e placas das máquinas, além de uma quantia em dinheiro. Dias antes, o mesmo grupo teria participado de arrombamento à Escola Municipal de Educação Infantil Florêncio Sociais.

Manoela Tomasi / Diário Gaúcho
Criminosos podem ter entrado pelo buraco do ar-condicionado.

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