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Felipe Bortolanza: "As crianças que não pedem um videogame no Natal"

29/10/2015 - 12h44min

Atualizada em: 29/10/2015 - 12h44min


Banco de dados / Agência RBS

Senhor Papai Noel, muito bom dia!

Eu já sou grandinho, tenho quase 40 anos. Portanto, esta cartinha aqui não tem a finalidade de listar meus sonhos de Natal. Mas acredito muito na sua existência e na sua bondade, menos pelo que trazes no saco e mais pela alegria contida no seu abraço. Portanto, escrevo em nome de milhares de crianças e adolescentes que vêem no Diário Gaúcho a esperança de que a noite de 24 de dezembro tenha algum motivo de celebração.

Sabe, Bom Velhinho, já estamos recebendo muitas cartinhas. E o que mais emociona é que a maioria não fala em videogame, tablet ou celular. Eles anseiam por três presentes dos mais simples que o senhor possa imaginar.

1)    Material escolar.
2)    Calçados.
3)    Comida para a ceia.

Com seus poderes mágicos, acho até que o senhor já tenha percebido isso - os pedidos vêm sendo publicados desde segunda-feira. O que pretendo com este texto é externar minha conclusão a respeito dos pedidos.

Simples. Sofrendo menos de fome e com os pés minimamente protegidos, estas crianças poderão enxergar no lápis que carregam até a escola como se fosse a espada mais poderosa do mundo para lutar contra os maus. Para quem tem idade para só pensar em se divertir, pedir lápis, calçado e frango é um sinal de que ainda resta um pouco de esperança.

E boa parte das cartinhas não é assinada por pais ou avós. As letras vêm dos punhos de quem sofre demais colecionando espinhos. Só lápis pode despertar uma vida mais colorida.

Por fim, senhor Noel, obrigado pela sua atenção. E claro, se tiver um brinquedinho, pode trazer junto com cada lápis, calçado e frango. A maturidade é importantíssima, mas preservar a inocência é fundamental.

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*Diário Gaúcho


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