Seu problema é nosso
Aposentada de Porto Alegre está perdendo a visão
A espera pela cirurgia está prejudicando a vida de Maria Alice Gomes Lima
Há um ano e meio, a aposentada Maria Alice Gomes Lima, 72 anos, espera a oportunidade de fazer uma cirurgia oftalmológica pelo Sus. A saga começou em agosto do ano passado, quando sentiu uma forte dor de cabeça e notou que havia algo errado com seus olhos. A família levou a idosa ao posto de saúde da Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, e foi constatada pressão ocular, além de catarata e glaucoma.
- Minha avó sabia da catarata, mas a médica que a atendeu disse que não era necessária cirurgia. A situação piorou, até que ela começou a perder a visão - conta a atendente Lisiane Lima, 29 anos, neta de Maria.
Maria começou o tratamento no Hospital Banco de Olhos, pelo Sus. Os médicos indicaram colírios para baixar a pressão ocular e encaminhar uma cirurgia. Mas a novela só estava começando.
Gastos
Em junho deste ano, a aposentada tratou a catarata do olho direito, mas o glaucoma e o olho esquerdo não foram operados. Mesmo após a realização dos exames para liberação da cirurgia, considerada urgente, não foi encaminhada.
- A cada consulta mensal, eles adiam a cirurgia. Minha vó está ficando cega, já não consegue ler o letreiro dos ônibus nem assistir a televisão com nitidez. Já fizemos procedimentos necessários e só ficam enrolando - desabafa Lisiane.
Além da espera que parece não ter fim, os gastos com medicamentos são altos e o dinheiro, escasso. Segundo Lisiane, alguns colírios chegam a custar R$ 50 cada. Graças ao esforço da família, porém, a medicação não falta.
Hospital colocou-se à disposição
Questionado sobre o caso da paciente Maria Alice, o Hospital Banco de Olhos, por meio de sua assessoria de comunicação, informou que está à disposição para recebê-la, com o intuito de esclarecer a situação.
O hospital informou também que são realizadas mais de 1 mil cirurgias oftalmológicas por mês, além de 1,4 mil consultas pelo Sus, e coloca a Ouvidoria à disposição dos pacientes.