Seu problema é nosso
Carro abandonado atrapalha comunidade de Porto Alegre
Após três meses de reclamação, a EPTC vai vistoriar o local nesta segunda-feira
Há três meses, o funcionário público Paulo Antereo de Oliveira, 49 anos, reclama de um carro abandonado em frente à casa dele. O problema é que o Monza foi deixado sobre a calçada na Avenida Bento Gonçalves, 7233, Bairro Partenon, em Porto Alegre, está servindo de depósito de lixo. Ele entrou em contato com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), mas diz que um órgão empurra a responsabilidade para o outro.
- A EPTC diz que se não tem condições de rodar e faltam peças como rodas e motor é com o DMLU pois o veículo virou sucata ou lixo. Então faço contato com o DMLU e eles dizem que por se tratar de um veículo é com a EPTC - relata, transtornado, o morador.
Paulo conta que a região onde mora é pouco iluminada e se tornou ainda mais perigosa desde que o veículo está no local, pois está sendo utilizado como esconderijo de bandidos. Outro incômodo surgiu quando a população começou a depositar lixo dentro do carro, causando mau cheiro.
- No meio dessa novela fica a comunidade, a mercê de pessoas que se aproveitam desse veículo ou sucata para se esconderem e cometerem furtos e roubos e ainda usarem como lixeira e depósito de animais mortos - reclama.
Correspondências
Paulo relata que, quando o veículo foi deixado no local, as caixas de correspondências dos moradores ficaram inacessíveis. Por isso, com muito custo, ele e os vizinhos empurraram o veículo para tentar liberar o acesso.
- Os moradores tinham que subir sobre o carro para pegar as correspondências - relata.
Mesmo assim, o veículo ainda causa transtornos. Distante alguns metros da avenida e encostado no muro, o carro bloqueia a entrada de um beco.
- Outro dia o caminhão do DMAE esteve no local para realizar um serviço na casa de um vizinho mas não conseguiu passar - afirma Paulo.
EPTC vai vistoriar hoje
A EPTC informou que hoje, agentes irão ao local para iniciar o processo de recolhimento. Mais de mil carros foram recolhidos pela EPTC desde setembro de 2012, quando entrou em vigor a lei dos veículos abandonados.
O recolhimento só é realizado quando o veículo apresenta más condições e permanece em vaga permitida para estacionar em via pública por mais de 30 dias. Após realizar a vistoria no local, os agentes identificam o carro
com um adesivo e notificam o proprietário, que tem dez dias para retirá-lo. Caso isso não aconteça, o carro é guinchado e levado para o depósito municipal, onde permanece por até 90 dias antes de ir a leilão.
Se tratando de veículos que já não possuem mais características de carro - sem as rodas e sem o motor, por exemplo - a responsabilidade é do DMLU, que recolhe depois da vistoria feita pela EPTC.