Em junho de 2014, o pedreiro Maicon Douglas Pires, 20 anos, jogava futebol com os amigos no Bairro Jardim Porto Alegre, em Alvorada, quando teve uma surpresa desagradável. Seu carro, um Kadett ano 1993, havia sido furtado. Maicon registrou o boletim de ocorrência e manteve a esperança de encontrar o veículo o mais rápido possível.

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No dia 22 de agosto do mesmo ano, próximo de onde havia sido levado, na Avenida Frederico Dihl, o pedreiro reconheceu seu Kadett estacionado na rua.

Adulteração

- Eu olhei e percebi que era o meu carro, daí chamei a polícia, eles vieram, prenderam dois suspeitos, fiz um novo boletim de ocorrência, e levaram o veículo para o depósito municipal. Quando eu achei que o meu problema estava resolvido, ele estava, na verdade, recomeçando - queixa-se Maicon.

Ele acreditava em uma solução rápida para a situação, já que o Kadett havia sido recuperado de posse dos criminosos em menos de dois meses.

Segundo ele, o veículo estava intacto, como no dia em que havia sido furtado, entretanto, quando a polícia chegou, o pedreiro teve outra surpresa desagradável. A placa e o chassi do Kadett foram adulterados pelos criminosos, e o carro foi levado ao depósito para ser periciado.

- O Detran me garantiu que a perícia seria feita logo e, depois disso, liberariam o automóvel. Entretanto, já se passou um ano e meio e eu ainda estou esperando, eu tenho família e preciso do meu carro - diz Maicon.

Uma vez por semana o rapaz entra em contato com o Detran ou vai ao depósito para verificar o andamento da situação, mas a resposta é sempre a mesma: não há previsão.

Segundo o IGP, a perícia do Kadett está trancada por falta de informações e redução no quadro

O Departamento Estadual de Trânsito (Detran), confirma que o veículo de Maicon está no Centro de Remoção e Depósito (CRD) à disposição da autoridade policial. Nesse caso, o Detran está apenas fazendo a guarda do bem, até que seja recebida a determinação de liberação pela Polícia Civil ou pelo Juizado Criminal. Nos casos de veículos recuperados de furto, que é a situação do pedreiro, são necessárias perícias feitas pelo Instituto Geral de Perícias (IGP).

Demora

O IGP informou sexta-feira que faltam informações da ocorrência registrada na Polícia Civil para dar andamento à perícia do Kadett. Além disso, conforme a assessoria de comunicação do instituto, a redução em cerca de 40% no
número de peritos contribui para a demora na execução das perícias no Rio Grande do Sul.

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