Seu problema é nosso
Morador da Capital aguarda atendimento veterinário público para cachorro há um mês
Bili não mexe as patas traseiras e está com feridas, dono tem medo que o animal não aguente por muito mais tempo
Morador do Bairro Campo Novo, em Porto Alegre, o motorista de ônibus Adão Teixeira, 42 anos, está há mais de um mês esperando que a Secretaria de Direitos dos Animais (Seda) atenda o cachorrinho da família, o Bili. O cão linguicinha perdeu o movimento das patas traseiras e foi levado em um veterinário particular em função da demora do órgão público. Sem condições de seguir pagando o tratamento, Adão tentou levar o animal até a Seda, que atende de graça.
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– Fui até lá com o cachorro, mas eles não quiseram me atender. Mandaram eu ligar para o telefone 156, o Fala Porto Alegre, para solicitar o atendimento. Abri o protocolo, mas estou desde o dia 10 de dezembro esperando eles me retornarem – reclama o motorista.
Adão conta que a veterinária particular não conseguiu diagnosticar o problema de Bili, que também está com uma ferida na patinha traseira esquerda.
Cancelamento
O prazo de retorno informado pela Seda, que seria de três dias, não foi cumprido. Passados 15 dias da primeira ligação, ele entrou novamente em contato para saber o motivo da demora. Dessa vez, foi informado que precisaria abrir um novo protocolo.
– Eles informaram que me ligaram e eu não atendi. Mas isso não é verdade porque deixei quatro números de telefones para contato e em nenhum deles havia chamada perdida – conta.
Mesmo depois de abrir uma segunda solicitação, Adão não recebeu retorno da secretaria. Depois de 20 dias, ligou outra vez e recebeu como resposta que o protocolo teria sido cancelado.
– Eu ligo, eles me enrolam e desligam o telefone na minha cara sem me dar nenhuma explicação. É um absurdo porque a Seda faz tanta propaganda para que a gente cuide dos nossos bichinhos, mas quando a gente precisa, não querem atender – queixa-se Adão.
Gastos
O valor da consulta no veterinário particular custou mais de R$ 200 para a família de Adão. Segundo o motorista de transporte coletivo, o gasto causou um rombo no orçamento da família. Sem dinheiro para dar seguimento ao tratamento, que custaria, no mínimo, mais R$ 800, ele e a sobrinha cuidam do animal do jeito que podem.
Sem retorno
– Estamos sempre limpando e fazendo o curativo na ferida com os remédios que a veterinária nos passou. Também colocamos um mosquiteiro envolta dele para evitar que as moscas cheguem perto. Mas não somos entendidos do assunto, cuidamos o máximo que podemos. Ao menos o Bili come ração e toma água normalmente – relata Adão, que tem medo que o cachorro não resista por conta da demora no atendimento.
– Se meu cachorro morrer por causa do descaso, eu vou largar na frente da prefeitura – diz, indignado.
Seda constatou problema no sistema do 156
Segundo informações da Seda, houve uma falha no envio dos dados da reclamação de Adão gerada pelo 156, o Fala Porto Alegre, para a Seda. Dos quatro telefones que ele registrou, apenas um chegou na secretaria. A Seda, informou que tentou contato com Adão, mas ele não atendeu.
O problema no 156 foi comunicado à Procempa, que desenvolve o sistema da prefeitura. Questionada pelo Diário, a Seda fez contato com ele na segunda-feira. A consulta de Bili foi agendada para amanhã às 9h.
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