Há 15 anos, quando a dona de casa Maria de Lourdes Ferreira Ramos, 61 anos, operou a vesícula, seu estado de saúde começou a se agravar. A falta de tratamento médico e as dificuldades para marcar uma consulta pelo Sus lhe renderam mais pedras em um dos rins, problema que foi diagnosticado há cinco anos, quando ela iniciou o tratamento no Hospital de Esteio. Desde então, ela enfrenta uma verdadeira jornada para realizar o procedimento pela rede pública.

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Cancelamento

Maria de Lourdes estava prestes a entrar para a sala cirurgia quando soube que a sua operação seria cancelada por falta de material cirúrgico. Com muita insistência, a Secretaria de Saúde transferiu a moradora de Alvorada para o Hospital da Ulbra, em Canoas, onde há um ano iniciou o tratamento médico. Depois de muito esperar, conseguiu fazer todos os exames médicos, mas desde maio do ano passado ela tenta marcar o procedimento.

– Eu ligo para o hospital e eles nem atendem. Quando atendem, dizem que não há previsão. E não adianta eu ir lá, pois falam para eu ligar. Uma coisa simples que eu já poderia ter resolvido há cinco anos, está se tornando um grande problema – reclama.

Com 93% de um dos rins comprometido, a dona de casa precisa urgentemente realizar o procedimento para a retirada das pedras e de parte do órgão antes que o problema se agrave ainda mais.

– Era só uma pedrinha, mas agora o médico me disse que pode até virar um câncer e comprometer outros órgãos. Estou em pânico – revela.

O estado de saúde de Maria de Lourdes lhe impede de realizar suas tarefas diárias por conta das dores que sente.

– Eu só fico dentro de casa, pois se vou levar minha menina na parada de ônibus, já volto tonta. Se eu caminho muito ou faço muito esforço, fico de cama. Mas o que vou fazer? Preciso realizar minhas tarefas – lamenta.

Distância

O Hospital de Alvorada não tem cirurgião especializado em rins. Para fazer o tratamento, Maria de Lourdes precisa percorrer mais de 13km até Canoas, onde tem médico especialista pelo Sus para quem mora em Alvorada.

– É mais uma dificuldade, pois o único meio de transporte é um ônibus que passa na frente da minha casa e demora duas horas para chegar a Canoas. Seria muito melhor se eu conseguisse uma vaga em algum hospital de Porto Alegre, pois é bem mais perto para mim – lamenta a dona de casa.

Paciente deve procurar o hospital

A prefeitura de Alvorada informa que o caso da senhora Maria de Lourdes Ferreira Ramos foi encaminhado para o Hospital da Ulbra de Canoas, onde ela foi submetida a diversos exames. No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde realizou o encaminhamento e não pode avançar, porque não gerencia o hospital da Ulbra.

Conforme a assessoria de imprensa do Hospital da Ulbra, a instituição está à disposição de dona Maria para mais esclarecimentos.

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