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Mulher espera 14 anos por cirurgia e descobre que está inapta para operação

Após 14 anos, Fernanda foi chamada para consultar um especialista e descobriu que a obesidade a impede de fazer a mamoplastia redutora 

20/01/2016 - 08h05min

Atualizada em: 20/01/2016 - 08h06min


Caminha um pouco e para. Levanta, em alguns minutos senta novamente. Essa é a rotina da assistente fiscal Fernanda da Costa Corrêa, 35 anos, que precisa fazer duas cirurgias: uma mamoplastia redutora e uma redução de estômago. Em setembro de 2001, quando morava em Alvorada, Fernanda entrou com um encaminhamento de cirurgia das mamas pelo posto de saúde do Bairro Umbu.

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Sem resposta, fez nova solicitação em 2003, e também não foi chamada. Já sem esperanças, em 2012 recebeu uma correspondência da Secretaria da Saúde de Alvorada para comparecer ao posto. Certa de que seria para marcar a data da cirurgia, Fernanda teve mais uma decepção. Era apenas para atualizar o cadastro.

Obesidade

Fernanda começou a engordar aos 25 anos e não conseguiu mais emagrecer. Pesando 120kg, a obesidade é mais uma barreira no caminho para conseguir operar pelo SUS. Mesmo tendo mudado para Viamão, em junho de 2015 recebeu uma ligação da Secretaria da Saúde de Alvorada informando que no dia seguinte teria consulta com um especialista na Santa Casa, em Porto Alegre, para fazer avaliação para a mamoplastia redutora.

– Fui e fiz todos os exames. Tenho mais de 1kg em cada seio, o que é muito pesado para a minha altura, 1,55m. Preciso emagrecer 60kg para estar apta a realizar a cirurgia nas mamas. Perdi uma chance – diz ela.

Com isso, Fernanda saiu da fila da mamoplastia que esperava há 13 anos.

Mudança

Em Viamão, recebeu encaminhamento para levar ao posto de saúde com pedido de cirurgia de redução de estômago. Só depois é que Fernanda poderá fazer a mamoplastia redutora, mas terá que entrar novamente na fila. Depois de tentar diversas vezes, conseguiu agendar consulta com um médico clínico geral, no posto do Bairro Santa Cecília, para fevereiro.

Angústia

Cansada de esperar e de sentir dores intensas nas costas em função do peso das mamas, Fernanda cogitou realizar a cirurgia para redução de estômago de forma particular para agilizar o processo da mamoplastia redutora. No entanto, ao saber o valor, assustou-se.

– Fiz uma consulta que custou mais de R$ 200 e, após avaliação, o médico me disse que a operação custaria cerca de R$ 17 mil. Eu não tenho esse dinheiro, não sei o que fazer. É muito tempo de espera e sem perspectiva. Não aguento mais ficar assim, preciso de ajuda para fazer a operação – diz.

Consulta em Viamão está marcada para fevereiro

A prefeitura de Viamão informou que o primeiro passo para encaminhar a cirurgia bariátrica é a consulta que Fernanda tem marcada para o dia 17 de fevereiro. Se confirmada a necessidade de operar, a Secretaria da Saúde de Viamão fará o encaminhamento.

Já a secretaria da Saúde de Alvorada informou que Fernanda estava entre os 30 mil pacientes que tinham consultas com especialistas em atraso. Os pedidos não constavam no cadastro do sistema. Falha cometida, segundo a prefeitura, pela administração anterior. Esses casos são referentes às consultas solicitadas antes de 2008. O caso dela foi posto em dia na metade de 2015, quando ela consultou na Santa Casa. Na época, não operou em função do sobrepeso.

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