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Seu problema é nosso

Longa espera por cirurgia pelo Sus é motivo de desespero para idosa de Porto Alegre

Eva tem dificuldades de caminhar e teme perder a perna esquerda por conta da demora em operar

25/02/2016 - 08h17min

Atualizada em: 25/02/2016 - 08h18min


Há quatro anos, a pensionista Eva Lourdes Barbosa, 66 anos, descobriu ter osteoporose, que é a diminuição progressiva da massa óssea, na perna esquerda.

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Acompanhada no posto de saúde Divina Providência, na Vila Jardim, em Porto Alegre, onde mora, Eva foi encaminhada para cirurgia de colocação de cimento ósseo.

Entretanto, ela conta que a operação foi cancelada sem motivo e ela fez um novo pedido há pouco mais de um ano. Com dores fortes e dificuldade para caminhar, Eva diz que não aguenta mais esperar.

– Eu ligo toda semana para a secretaria da Saúde e só recebo a informação de que devo aguardar. Até quando? Até eu perder totalmente os movimentos da perna e ter de amputá-la? – questiona ela.

Caminhar é difícil

A demora em resolver a situação piorou a saúde de Eva. Ela conta que não sai mais de casa para nada, pois a perna está sempre inchada e caminhar se tornou uma tarefa quase impossível.

– Eu não consigo mais dormir, sinto dor o tempo inteiro. Quando eu sou obrigada a caminhar, para ir de um cômodo a outro da casa, sinto como se um osso estivesse batendo diretamente no outro, é uma sensação horrível – desabafa Eva.

Para amenizar o sofrimento, a pensionista toma vários remédios durante o dia e gasta, mensalmente, cerca de R$ 500.

– Eu já pedi os remédios para o Sus, mas não me deram e como não posso ficar sem, tenho que comprar.

Data não cumprida

Eva diz, ainda, que se tivesse uma muleta, facilitaria no andar. Mas, com todas as despesas que já possui, não tem condições de adquirir o equipamento.

Após o segundo encaminhamento para cirurgia, Eva recebeu uma carta da secretaria da Saúde que dizia que a operação seria realizada na segunda quinzena de dezembro de 2015, o que não ocorreu.

Espera continua

A secretaria municipal da Saúde (SMS) informa que a paciente foi encaminhada para o Hospital Beneficência Portuguesa em outubro de 2014.

O hospital confirma que Eva está na fila para cirurgia de quadril, mas não informou em que posição. Disse apenas que a lista está sendo revista para verificação de desistências.

A fila é por ordem de chegada, mas gravidade de cada caso é levada em conta. O hospital explica que atua sob cotas mensais de cirurgias determinadas pela secretaria.

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