Seu problema é nosso
Morador de Gravataí aguarda cirurgia pelo Sus há dois anos
Paciente tem duas hérnias e sofre muito com a dor
Após esperar quatro meses para conseguir consultar com um médico urologista, o auxiliar de cozinha José Manoel Martin Veiga Garcia, 57 anos, morador de Gravataí, descobriu que estava com uma hérnia inguinal (deslocamento do intestino para parede abdominal na região da virilha). Há cerca de dois anos ele convive com o problema, que causa fortes dores e só pode ser revertido em uma cirurgia.
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De acordo com o paciente, para realizar o procedimento pelo Sus, o encaminhamento foi feito no dia 8 de maio de 2014, pelo posto de saúde Bonsucesso, em Gravataí. Mas, até hoje, José não recebeu uma resposta e nem soube o porquê da demora.
– Eu já não sei mais o que fazer. Não vejo solução, não tenho nenhum retorno e nem medicação consigo na Farmácia Municipal. Já fiz duas solicitações no posto para saber da situação, mas eles não me dão nenhuma resposta – queixa-se.
À base de remédios
A rotina de José tem sido prejudicada em função da doença. Segundo o auxiliar de cozinha, quando a hérnia forma uma
protuberância dolorosa na região da virilha, ele não consegue caminhar. Quando isso acontece, o único jeito é fazer repouso e usar medicação para tentar reduzir o inchaço.
Sem esperanças
A cada dia que passa, José se sente mais desesperançoso com a possibilidade de operar a hérnia. Ele diz que, de acordo com o médico, pode haver necrose, ou o caso até evoluir para um câncer no intestino, caso a intervenção não seja feita logo.
– O médico me diz que é perigoso. Cada dia fico mais desgostoso com a saúde pública – conta o paciente.
Para aliviar as dores, José toma o medicamento Ibuprofeno e também faz uso de Omeprazol, por conta de uma hérnia de hiato com a qual convive há quase cinco anos. Segundo ele, os medicamentos estão em falta há meses na Farmácia Municipal.
Ansiedade é grande
Mesmo comprando os remédios na Farmácia Popular, o paciente precisa desembolsar cerca de R$ 60 por mês, quantia que acaba pesando no bolso do auxiliar de cozinha.
– Eu também teria que operar essa hérnia (de hiato), mas nem consulta eu consigo. No posto de saúde já me disseram para eu juntar dinheiro porque leva anos para conseguir a cirurgia. Eu estou ficando ansioso por conta da doença. A doutora me recomendou um remédio para ansiedade, mas o preço dele é R$ 114 e só dá para um mês. Não tenho condições de pagar – lamenta.
Caso de José não é urgente
A Secretaria Municipal da Saúde de Gravataí informou que, conforme avaliação e laudo médico, o caso de José não é considerado de urgência.
No entanto, caso ele esteja em quadro permanente de dor ou similar, ou tenha algum exame que constate a gravidade da situação, deve agendar uma nova consulta para reavaliação médica. Se for constatada de fato a urgência cirúrgica, o procedimento é agendado pelo Estado – responsável pela marcação e regulação nos casos de cirurgias de emergência em todo o Rio Grande do Sul.
Ainda de acordo com a secretaria, as medicações Ibuprofeno 300mg e Omeprazol 20mg estão disponíveis para retirada na Farmácia Municipal da cidade.
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