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Seu problema é nosso

Ponte que liga ilhas em Porto Alegre representa perigo para comunidade

A Defesa Civil interditou o pontilhão para passagem de carros, mas os pedestres correm risco de acidentes

29/02/2016 - 08h26min

Atualizada em: 29/02/2016 - 08h28min


A ponte que liga a Ilha da Pintada à Ilha Mauá, na Capital, está se deteriorando desde que foi construída, em 2010. A estrutura de madeira, que fica no fim da linha do ônibus Ilha da Pintada (prefixo 718), está podre e com buracos. O local representa perigo para quem precisa passar por ali diariamente.

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– Outro dia, vi um cadeirante tentando atravessar de um lado para o outro, ele quase caiu porque a ponte está toda desnivelada por conta dos buracos. É muito perigoso – comenta o comerciante Vitor Hugo Araújo Leal, 37 anos, morador da Ilha Mauá há oito anos.

O pontilhão é usado tanto por pedestres, quanto por veículos e é a única entrada e saída de quem vive na Mauá, o que preocupa ainda mais a comunidade.

De acordo com o aposentado Nelson da Rosa Pires, 71 anos, morador da ilha há 51, a situação está cada dia pior. A prefeitura e a Defesa Civil fizeram uma vistoria no início deste mês.

– Quando eles vieram, ficamos esperançosos de que consertariam a ponte, mas foi só ilusão. Apenas olharam e foram embora – queixa-se Nelson.

Chuvas

Quando chove, o problema agrava. Dependendo da quantidade de água, o rio sobe e, inclusive, já chegou ao nível da

ponte, que não tem nenhum tipo de proteção lateral. Com a volta às aulas, Vitor diz que os vizinhos que têm filhos estão preocupados com a segurança das crianças.

– É muito grave, nos sentimos esquecidos pelo município, ninguém se preocupa conosco, principalmente com as crianças, os idosos e os deficientes – desabafa Nelson.

Com a estrutura comprometida, barreiras foram colocadas para limitar a largura da ponte e impedir que veículos muito grandes e pesados passem e derrubem tudo. A comunidade, no entanto, segue preocupada.

– Imagina se alguém passa mal e precisamos de uma ambulância. Ela não tem como passar da Pintada para a Mauá e a pessoa pode morrer, é um descaso total – diz Vitor.

Luta de anos

Durante 40 anos, os moradores da Ilha Mauá lutaram para ter a ponte e, com o ganho, acreditavam que a vida melhoraria, mas não foi o que aconteceu. Nelson lembra que antes de 2010 só existia uma passagem de pedestres, construída de madeira pelos próprios moradores que não tinham como atravessar.

Ele salienta que a briga com a prefeitura continua, pois mesmo tendo a ponte, ela não está em condições de uso com segurança.

Comunidade fica sem resposta

A Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) informou que a ponte não foi construída pela prefeitura, mas pela Secretaria Estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema) porque trata-se de uma área de preservação ambiental e não poderia ter sido construída.

Segundo a Smov, foram feitas algumas manutenções na ponte, o que não é mais suficiente, e que a Defesa Civil interditou a ponte para veículos por conta das más condições. A Sema não respondeu sobre o assunto.

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