Há três anos, a dona de casa Geneci Maria Barela Porto, 48 anos, começou a sentir contrações no olho direito. No início ela achava normal. Pensou que era apenas algo temporário. Depois de algum tempo, as contrações passaram a ser mais frequentes e o problema ganhou novas proporções.

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– Eu tinha vergonha de sair de casa porque, sem mais nem menos, meu olho contraía, levando meus lábios junto. Era muito constrangedor – diz Geneci.

Quando procurou o médico pela primeira vez, na Unidade Básica de Saúde Lami, em Porto Alegre, onde mora, Geneci foi informada de que a situação era, provavelmente, por causa do estresse. Depois de alguns exames, a dona de casa foi encaminhada ao neurologista para investigar melhor o que estava acontecendo.

Paralisia

A conclusão não agradou Geneci, que descobriu ter uma paralisia facial do lado direito, que não tem cura. Entretanto, a aplicação semestral de toxina botulínica (botox) poderia auxiliar na diminuição dos sintomas.

Em maio de 2014, Geneci começou o tratamento na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, e os resultados foram satisfatórios.

– Melhorei muito, já não tinha mais crises de contração constantes – conta ela.

Para manter a saúde em dia e controlar o problema, Geneci precisa passar pelo procedimento a cada seis meses. No dia 27 de janeiro deste ano, ela voltou ao médico, quando recebeu um novo requerimento para a aplicação do botox. Ela levou a solicitação até a Farmácia de Medicamentos Especiais, que reteve a receita para a avaliação de um perito. Contudo, até o momento, o remédio ainda não foi liberado para Geneci.

Demora

– Eu ligo e vou na farmácia toda semana e as atendentes só me dizem que a perícia não foi feita ainda, e que não há previsão – queixa-se ela.

Por conta da falta do botox e do nervosismo, a dona de casa tem tido crises com frequência.

– O meu oftalmologista está preocupado com a demora. Ele, inclusive, deixou a agenda aberta para quando me liberarem o remédio eu ir lá com urgência para aplicar – diz Geneci.

Secretaria da Saúde dá prazo Geneci até 4 demaio

A Secretaria Estadual da Saúde informou que "o fornecimento da toxina botulínica obedece a prévia avaliação de consultor técnico, conforme estabelece o protocolo clínico do Ministério da Saúde. No caso da senhora Geneci, ela utiliza o medicamento a cada seis meses.

Sua última retirada foi em 28 de julho de 2015. Ela deveria ter apresentado documentos para reavaliação até dezembro para fazer nova retirada em janeiro de 2016. Porém, só entregou os documentos para reavaliação em final de janeiro, quando foram incluídos no processo e enviados ao consultor técnico que deverá concluir a avaliação até o dia 4 de abril."

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