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Operação Lava-Jato

Em delação premiada, senador Delcídio do Amaral faz acusações contra Dilma e Lula

De acordo com a revista IstoÉ, que teve acesso ao relato do senador, Dilma teria usado sua influência para evitar a punição de cupinchas e Lula tinha conhecimento sobre as propinas pagas a membros da Petrobras

03/03/2016 - 16h37min

Atualizada em: 03/03/2016 - 16h38min


Delcídio do Amaral (acima), Lula (à esquerda) e Dilma (à direita)

A delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso em novembro de 2015 e solto no dia 19 de fevereiro deste ano, pode complicar a vida da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com a revista IstoÉ, que teve acesso ao relato do senador, descrito em 400 páginas, Dilma teria mantido, propositalmente, os diretores da estatal que eram comprometidos com o esquema do "Petrolão". Além disso, ela usaria sua influência para evitar a punição dos envolvidos no processo de corrupção na empresa, nomeando para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) um ministro aliado, que teria se comprometido a votar pela soltura dos denunciados pela Lava-Jato.

No que diz respeito ao ex-presidente Lula, Delcídio afirma que ele tinha conhecimento sobre as propinas que eram pagas a membros da Petrobras, além de agir para dificultar as investigações – inclusive fazendo pagamentos para tentar comprar o silêncio de testemunhas.

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Agora, cabe ao ministro Teori Zavascki decidir se homologará ou não a delação do senador. O acordo não foi sacramentado ainda por conta de uma cláusula de confidencialidade de seis meses exigida por Delcídio. Apesar de os procuradores da Lava-Jato terem aprovado o pedido, o ministro não concordou e deu até a próxima semana para exclusão da exigência.

Delcídio precisa decidir se levará a delação adiante ou não. Isso porque seu plano era tentar, nesses seis meses, escapar de um processo de cassação no Conselho de Ética do Senado – visto que o depoimento também prejudica alguns de seus colegas de Casa.

Após IstoÉ revelar o conteúdo da delação, a presidente Dilma mudou toda a sua agenda e se reuniu com o ministro Jaques Wagner, da Casa Civil, e o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo para definir qual será a reação do governo.

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* Diário Gaúcho


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