Notícias



Acerto de contas

Giane Guerra: crise estica os prazos para compra de veículos e outros bens

Colunista do Diário Gaúcho destaca que lojas e bancos toparam aumentar as parcelas, mas isso deixa o saldo devedor com mais juros.

05/04/2016 - 12h23min

Atualizada em: 05/04/2016 - 12h23min


Para recuperar as vendas, mais prestações para atrair compradores

Um alerta: com a queda nas vendas, os prazos para compra de veículos e outros bens estão maiores. Lojas e bancos tiveram que topar mais parcelas para caber no orçamento do comprador.

Giane Guerra: cuidado com as compras a prazo

Os prazos voltaram a patamares de um ano atrás. Média de 40 meses para veículos, mostra a pesquisa da Associação Nacional de Executivos de Finanças. Eletrodomésticos e eletrônicos estão com parcelamentos de 12 meses, em média.É um movimento de adaptação.

Leia as últimas notícias do dia

Logo que a inadimplência ligou o sinal de alerta, comércio e instituições financeiras ficaram mais "chatos". Além de juros maiores, demoravam mais para liberar o crédito.Só que as vendas despencaram em vários segmentos. A estratégia, então, precisou ser revista.

Cuidado!

Ainda que a parcela caiba no salário do mês, cuidado. O alongamento de prazos deixa o saldo devedor sofrendo mais com os juros. Simulação da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) para um financiamento de carro de R$ 30 mil, com juro de 2,3% ao mês:

– 36 vezes _ valor total de R$ 44.439
– 40 vezes _ valor total de R$ 46.365

Ou seja, um aumento de quase R$ 2 mil para ganhar quatro meses de prazo...

Consumidor precisa conferir se a parcela entra no orçamento do mês

Não vale a pena

O leitor Cleito enviou um e-mail a respeito da coluna da semana passada, que falava sobre o custo dos empréstimos e das compras a prazo. É funcionário público e estava para pegar um empréstimo consignado. Queria ter um dinheiro na mão, caso precisasse.

Leia mais:
Mulher chefe de família é economia em casa na certa
Insegurança com a economia faz família reduzir consumo

Dizia ele: "Ter um dinheiro sobrando para quando precisar. Sabe aquele martelinho dos bombeiros que está fixado na parede atrás de uma janela de vidro, com aquela frase 'quebre o vidro somente em caso de emergência'?"
A resposta da coluna é: Não! Não!Empréstimo sempre tem custo!

E, na maioria das vezes, é alto. Juros e taxas até costumam ser menores para servidores, mas, ainda assim, é dinheiro que não deve ser gasto desnecessariamente. Se ocorrer um imprevisto financeiro, aí sim a pessoa avalia se precisa pedir o empréstimo.


Bandeiras tarifárias

Leitores perguntam: Por que as faturas da conta de luz estão apresentando duas bandeiras?A bandeira tarifária é determinada pela Agência Nacional de Energia Elétrica e a Ceee explica que ela vale para o mês cheio.

Só que a leitura feita pela concessionária para a conta de luz da residência é feita em datas diferenciadas. Assim, em uma mesma fatura, pode haver a incidência da cobrança de valores diferentes de bandeiras tarifárias.

Isso não aconteceu nos outros meses, porque a bandeira era vermelha desde a implantação do sistema, em janeiro de 2015.

Por exemplo: uma fatura cuja leitura ocorreu em 15 de março terá incidência de 14 dias de bandeira vermelha (de 15 a 29 de fevereiro) e 15 dias de bandeira amarela (1º a 15 de março). Nesse caso, apareceram duas linhas de observação: "Adicional Bandeira Amarela" e "Adicional Bandeira Vermelha."

Em março, passou para amarela. Em abril, para verde. Então, a boa notícia é que, para este mês, não haverá a cobrança extra.

Mais vagas na crise

Mesmo com o país em recessão, algumas profissões ainda resistem. A Confederação Nacional do Comércio mapeou mais de 600 profissões e identificou aquelas que cresceram.

Um seleto grupo de 15 profissões criou mais vagas de trabalho que a média. Veja as três primeiras no ranking:

1) Trabalhadores nos serviços de manutenção de edificações – Vagas criadas: 71.537
2) Operadores de telemarketing – Vagas criadas: 27.448
3) Recepcionistas – Vagas criadas: 25.368

O estudo considerou o período entre julho de 2014 e dezembro de 2015.


Classificação do endividamento

Os especialistas, em geral, indicam: não comprometa mais de 30% do orçamento! Quando atinge este percentual, o alerta do endividamento deve ser acionado.

– Para saber quanto do seu orçamento está comprometido, some todas as parcelas de financiamentos que paga, incluindo as compras parceladas em lojas. Mesmo que não incidam juros sobre elas – ensina a coordenadora da Associação de Consumidores Proteste, Maria Inês Dolci.

/// 30%: com um terço da renda comprometido, ainda é fácil controlar a situação. É só dar preferência para usar a renda para quitar as dívidas. Talvez seja preciso abrir mão de alguns gastos pessoais, até de lazer.

/// 50%: quando atinge metade da renda, é hora de mudar o estilo de vida. Maria Inês cita medidas como trocar o carro por um modelo mais barato e econômico, suspender a tevê por assinatura ou trocar marcas de produtos mais caras por mais baratas. E qualquer renda que entrar tem que ir para pagar dívidas e não para fazer novas contas.

/// 100%: neste patamar, já estamos falando de superendividamento. Mudanças radicais são urgentes, como morar em um lugar mais barato, mudar os filhos de escola, vender o carro e dispensar a diarista.

Prioridade de gastos

Um conhecido está com problemas financeiros, pois a família se deparou com várias dívidas. Nem são tão altas assim, já que a coluna vê coisas muito piores por aí.

Essa pessoa fez diversos cortes no orçamento dentro do planejamento para "ficar zerado". Entre eles, está não almoçar nem no refeitório da empresa. Traz alimentos de casa e economiza R$ 80 ao mês.

Contou envergonhado para a colunista. Mas ganhou minha concordância total. A vida é o exercício diário de dar prioridades. Essa pessoa escolheu a melhor do ponto de vista financeiro. Ou tem alguém com preguiça e que prefere ficar no cheque especial? (Sim, a coluna sabe que tem...)

Curta nossa página no Facebook


MAIS SOBRE

Últimas Notícias