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"Ele não salvou uma vida, mas uma família inteira", diz mulher que foi resgatada de açude por guarda municipal

Karina Marcos Gimenes passou mal e perdeu a direção do veículo quando trafegava na Rua Costa Gama, Zona Sul da Capital, na última quarta-feira

13/05/2016 - 21h23min

Atualizada em: 13/05/2016 - 21h30min


Açude fica na Escola Técnica Santo Inácio, na Zona Sul da Capital

Gratidão. Esse é o sentimento da auxiliar de veterinária Karina Marcos Gimenes, 27 anos, após ser salva pelo guarda municipal Leonir Barbosa Strieder, 46, na última quarta-feira. Ela trafegava pela Rua Costa Gama, por volta das 9h, quando passou mal e desmaiou na direção. O veículo caiu no açude da Escola Técnica Santo Inácio, na Zona Sul da Capital. Por sorte, Leonir e um colega que estavam em uma viatura logo atrás conseguiram fazer o resgate.

– Ele não salvou uma vida, mas uma família inteira. Sou muita grata. Se não fosse por ele eu não estaria viva hoje – diz agradecida.

Karina, que mora próximo do local onde ocorreu o acidente, estava indo ao hospital porque não estava se sentindo bem. Como o marido teria que buscar a filha do casal na escola, ela decidiu ir sozinha. Mas no meio do caminho teve um ataque cardíaco.

– Eu estava tão nervosa, tinha me estressado pela manhã, que senti meu peito tremer e apaguei na direção. Quando eu acordei estava embaixo d'água, dentro do carro – relembra.

Ela conta que com muito custo conseguiu abrir a porta do carro, mas quando saiu do veículo se desesperou com a profundidade da água. Sem saber nadar, começou a gritar, mas logo viu os policiais em volta do açude, entre eles, Leonir que prontamente tirou os sapatos e a jaqueta e pulou na água.

– Eu fiquei segurando nele, chorando e ele ficou o tempo todo do meu lado. A gente ficou segurando no carro até um outro policial mandar uma corda para nos puxar. Com uma mão ele me acalmava e com a outra ele segurava a corda – conta.

Após passar algumas horas no hospital e já recuperada do susto, Karina não se cansa de repetir o quanto se sente grata pelo gesto do guarda. Agora, o desejo é reencontrá-lo para agradecer.

Viatura se deslocava para ocorrência

Leonir conta que ele e o colega que são do Posto da Restinga estavam se deslocando para um ocorrência quando viram o carro que estava na frente cruzar a pista, quase capotar e cair no açude que fica a cerca de 20 metros para dentro do pátio da escola.

– Estranhamos que em nenhum momento ela freou o carro, por isso logo imaginamos que estava passando mal. Paramos e fomos ver o que tinha acontecido. Quando chegamos lá ela já estava dentro da água – comenta o policial.

Ele diz que não imaginava que o açude fosse tão profundo, por isso ficou apoiado com Karina no carro até chegar ajuda. Segundo ele, um colega da Brigada Militar, que casualmente mora próximo ao local e estava de folga, foi quem ajudou a retirá-los da água com uma corda.

– Acho que a maioria das pessoas faria o mesmo, a não ser aquele que tem muito medo da água – afirma.

Depois do salvamento, Leonir ainda atendeu uma outra ocorrência no local. Informado de que uma dupla teria assaltado uma professora, ele vestiu a farda e foi atrás do assaltante que tinha entrado no açude e conseguiu capturá-lo.

Há 23 anos na Guarda Municipal, Leocir conta que em outras vezes já atendeu casos que não eram da sua responsabilidade como um assalto, mas o caso de resgate foi a primeira vez. Para ele, é impossível ignorar os fatos.

– Como a gente diz, quando a ocorrência cai no nosso colo, não tem como dizer que não. Na hora não é pela profissão, é pelo instinto humano – revela.

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