Bom-humor no Parque Farroupilha
"Esqueleto da Redenção" garante que ninguém se assusta com o personagem
O criador do Esqueleto, Gilnei Oliveira Filho, 23 anos, diz que as pessoas ficam curiosas e se aproximam para tirar fotos
Aos domingos, a Redenção recebe uma visita que pode causar medo numa olhada rápida: um esqueleto costuma sentar-se nos bancos próximos ao Monumento ao Expedicionário. Mas basta ler o cartaz carregado por ele para entender que se trata de um susto bem-humorado. "Tire foto com o esqueleto. Não cobro nada. Não tenha medo.", garante a placa.
Por trás da fantasia e de um capacete que cobre parte do rosto está o desempregado Gilnei Oliveira Filho, 23 anos, do Bairro Bom Jesus. Em 22 de maio, numa tarde cinzenta e úmida, ele ficou sentado à espera dos "corajosos". Um deles foi o estudante de Radiologia Victor Duarte, 23 anos, que pediu para ser fotografado ao lado do esqueleto. Foi a mulher de Gilnei, a desempregada Gisele Cavalheiro, 31 anos, quem guardou a imagem no próprio celular para, mais tarde, ser colocada no grupo público do Facebook aberta pelo casal (Caveira da Redenção - 2016) e que já tem mais de 1,4 mil membros.
Diário Gaúcho - Por qual motivo você se veste de esqueleto?
Gilnei Oliveira Filho - Começou com uma brincadeira, há cinco meses, num domingo. Usei um vestidão com uma caveira pintada. Saí caminhando pela Redenção e as pessoas pediram para fotografar comigo. Virou mania.
DG - Mania de virar esqueleto?
Gilnei - É. Aqui (na Redenção), não sou o Gilnei. Mascarado, viro um personagem. Por isso, até investi numa fantasia nova, que me deixasse com mais jeito de caveira.
DG - E as pessoas não têm medo?
Gilnei - Algumas acham que pode ser assalto. Por isso, coloquei a placa para avisar que é só uma brincadeira. Minha mulher fica comigo para me dar força. Ficamos desempregados quase ao mesmo tempo – os dois trabalhavam como auxiliares de limpeza e perderam os empregos há dois meses –. Então, alegrar as pessoas ajuda a passar por este momento.
DG - Mas você acha que alegra as pessoas mesmo assustando?
Gilnei - Elas não se assustam. Pelo contrário, se aproximam, acham curioso. Têm a mesma curiosidade que você teve. Daí, acabam pedindo para tirar foto.
DG - Vocês cobram pela foto?
Gilnei - Nunca cobrei. Uma vez, uma das pessoas nos ofereceu um café. Mas foi só isso.