Seu problema é nosso
Jovem de Alvorada aguarda há quatro anos para fazer cirurgia no joelho
De acordo com as secretarias municipal e estadual da saúde não existem registros no nome de Sabrina
Cadeirante, a moradora de Alvorada Sabrina Cândida Frozza, 19 anos, aguarda há cerca de quatro anos por uma cirurgia no joelho esquerdo. Essa seria a única possibilidade para a jovem recuperar os movimentos do corpo.
– O fisioterapeuta nos disse que existe até 90% de chance de ela caminhar se fizer a cirurgia. O posto de saúde do Intersul encaminhou, mas até hoje estamos esperando ela ser chamada – conta a irmã, Jenifer Candido Frozza, 26 anos.
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Problemas
Aos quatro meses, Sabrina começou a apresentar dificuldades para respirar. Preocupada, a mãe, Patrícia da Silva Cândido, 42 anos, levou a menina ao hospital de Alvorada, onde a família descobriu que ela estava tendo uma parada cardiorrespiratória.
A menina teve convulsões e foi transferida para o hospital da Criança Santo Antônio, na Capital, onde passou um mês e 23 dias. Sabrina teve infecção generalizada no sangue, o que causou perda dos movimentos do lado esquerdo do corpo e atraso mental.
Tratamento
– Foi tudo muito rápido. Quando saímos do hospital, começamos o tratamento, mas apenas aos 15 anos o fisioterapeuta indicou a cirurgia para estender o tendão do joelho. Continuamos com a fisioterapia, mas só o que pode fazê-la caminhar é essa cirurgia – diz Patrícia.
Atividades
Sabrina faz duas sessões por semana e depende da ajuda da mãe para tudo. Até os nove anos, quando passou a utilizar cadeira de rodas, Patrícia carregou a menina no colo. Hoje, sofre com dores na coluna, mas não desiste de vê-la caminhar.
Sabrina sonha com o dia em que poderá brincar com os sobrinhos e realizar atividades básicas, como, por exemplo, ajudar a mãe nas tarefas de casa.
– Ela me diz que se conseguir andar, quer lavar a louça em casa – conta a irmã.
Esperança
Pressionada pelas cobranças da filha, Patrícia vai com frequência ao posto de saúde para saber sobre a situação de Sabrina, mas acaba ficando frustrada toda a vez.
– Sempre escuto a mesma resposta deles e já não sei mais a quem recorrer. Eles dizem que não adianta eu ir até lá porque demora assim mesmo e a ortopedia é a área mais procurada. O problema é que daqui a pouco a minha filha estará com 30 anos e ainda não foi chamada para a cirurgia – queixa-se a dona de casa.
Secretarias não têm registro
O Diário Gaúcho entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual da Saúde, responsável pela Central de Regulação Ambulatorial, que marca consultas com médicos especialistas pelo Sus. A secretaria respondeu que não há qualquer registro de solicitação em nome de Sabrina, nem da mãe, Patricia da Silva Candido, no sistema da Saúde estadual.
Já a Secretaria da Saúde de Alvorada informou que para verificar a situação de Sabrina é necessário informar a data de encaminhamento e segunda via do documento. Apenas com o nome e o número do encaminhamento e o cartão do Sus não foi possível responder. Segundo a prefeitura, não há registro de solicitação via protocolo registrado em nome da paciente.