Conselho Tutelar
Diário Gaúcho acompanha dia de trabalho de conselheiro tutelar
Diário Gaúcho acompanhou o conselheiro Reginaldo Pedroso, que atua em Alvorada
A reportagem acompanhou um período de trabalho do Conselho Tutelar de Alvorada para verificar em quais situações o órgão está sendo acionado. O conselheiro Reginaldo Pedroso fez a primeira saída com o Diário Gaúcho por volta de 11 horas. A Escola Estadual Mário Quintana solicitou a presença do órgão para intermediar uma situação que não havia sido solucionada apenas com a ronda escolar.
Estudantes de outra instituição, acompanhados de uma aluna da unidade, invadiram a escola pelo estacionamento dos fundos. A gurizada mentiu a identidade e repassou telefones falsos. Quando Reginaldo chegou, explicou a gravidade da situação ao grupo.
– Saibam que os pais de vocês podem ser punidos por (vocês) estarem matando aula – avisou.
Depois do recado, Reginaldo levou três crianças em casa. Em um dos casos, intermediou o conflito entre a mãe e a filha. Precisou engrossar o tom de voz para alertar a mãe sobre as responsabilidades que cabiam a ela.
– A senhora pode procurar o Conselho para dar um encaminhamento psicológico à sua filha, se for o caso. Nós vamos ajudar, mas, o que acontecer com ele será responsabilidade da senhora – alertou.
– E botar isso na cabeça dela? Eu tenho quatro filhos, o pai dela é um viciado, preferiu ir preso a pagar pensão – retrucou a mãe.
– Isso não é culpa dela, se a senhora é mãe de quatro filhos, tem que criar os quatro. O histórico dela vai ficar registrado e nós vamos acompanhar. Mãe, começa a buscar o diálogo dentro de casa. E você (adolescente), precisa mudar a postura e criar interesse pelo estudo, vai precisar dele mais tarde – orientou.
Nas outras duas casas, os pais não foram encontrados. Reginaldo deixou com os irmãos mais velhos uma notificação para que eles compareçam ao Conselho Tutelar.
Suspeita de agressão
Durante o atendimento à escola, Reginaldo recebeu uma denúncia de agressão contra criança. Ao chegar ao local, descobriu que o endereço estava errado. Antes de ir embora, vizinhos indicaram a casa suspeita. Reginaldo foi até lá, bateu palma e foi atendido. Desviou de dois cachorros antes de entrar. O pai suspeito negou que tivesse batido no filho.
De forma sútil, Reginaldo falou de futebol com o menino, brincou e conseguiu verificar se havia alguma marca no corpo dele. Como não encontrou nada, deu orientações sobre os cuidados com o filho.
– Qualquer coisa que precisar, de repente a criança está agitada, passou por um trauma, precisa de um acompanhamento de saúde, estamos à disposição para orientar e encaminhar.
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