A herança deixada após uma obra realizada pelo Departamento de Esgotos Pluviais (Dep) e pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto continua a causar dores de cabeça a quem mora na Avenida Frederico Mentz, no Bairro Farrapos, em Porto Alegre. Depois de um ano e dois meses, o buraco aberto na altura do número 340 durante a empreitada ainda não foi fechado mesmo após muitas reclamações.

Durante sete meses, a comunidade enfrentou um jogo de empurra para descobrir de quem era a responsabilidade pelo problema. Só depois da primeira reportagem publicada no Diário Gaúcho em janeiro o mistério foi desvendado: o buraco havia sido aberto por conta do rompimento de uma canalização de esgoto de responsabilidade do Dep. Na oportunidade, o departamento se comprometeu em resolver o caso.

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Nova reportagem

Apesar disso, o assunto voltou às páginas do Diário Gaúcho em maio. Na época, o Dep alegou excesso de demandas da Seção Norte de Conservação como o motivo da demora para a realização do conserto. O prazo para solução era de 45 dias.

Passado mais de um mês do prazo limite informado pelo Dep para a substituição da rede de esgoto, a situação continua a mesma.

– No início de março, falamos com o diretor do Dep, informamos toda a situação e mostramos os protocolos. Ele disse que iria resolver, mas nada foi feito – reclama o secretário Jean Marchi, morador do local.

Mesma resposta

Desde então, os protocolos e a página do Diário Gaúcho com a reportagem na qual o departamento se compromete em resolver o caso viraram itens indispensáveis na busca por uma solução.

Há cerca de 20 dias, Jean foi novamente até o Dep. Recebeu a mesma resposta dada aos moradores do local sempre que reclamam do problema:

– Falei com a chefe de gabinete e ela informou que os canos que precisam para fazer a obra ainda não chegaram. Mas essa é sempre a mesma desculpa – queixa-se.

Transtorno

O que piora a situação, de acordo com o secretário, é que o buraco fica bem em frente a uma parada de ônibus. Por isso, os coletivos precisam parar mais adiante do ponto para que os passageiros possam desembarcar ou embarcar, causando transtornos.

Na tentativa de minimizar os problemas decorrentes da abertura do buraco, os moradores da casa que fica em frente chegaram a cobrir o buraco com terra. No entanto, a medida foi apenas um paliativo. A solução definitiva para a situação, porém, ainda não ocorreu.

– O pior é descer do ônibus, porque a porta de trás para bem em cima do buraco – observa o morador.

Trabalho inicia em 15 dias

De acordo com a Seção Norte de Conservação do Dep, no local houve o rompimento da rede pluvial. O atraso para execução deste conserto ocorreu devido a problemas na fabricação de tubos de concreto. Em até 15 dias será iniciado o conserto.