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Felipe Bortolanza: "O terrorismo dentro de casa"

28/09/2016 - 14h25min

Atualizada em: 28/09/2016 - 15h58min


Felipe Bortolanza
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O medo de sair de casa e ser vítima de algum criminoso é natural. Arrisco a dizer que a tensão é comum a todos, especialmente nos dias atuais, na Região Metropolitana. Vagabundos matam para roubar, traficantes executam desafetos, drogados batem carteira para sustentar o vício.

Essa sensação de insegurança é muito ruim, seja a caminho do trabalho, na volta para casa ou em algum momento de lazer. Mas, a maioria das pessoas, encontra na família um porto seguro para viver momentos de paz, amor, diversão.

O abraço do marido, o carinho da esposa, o colo da mãe, a parceria com o pai ou as brincadeiras com os avós compensam qualquer agrura do cotidiano.

Agora, leitor, imagina o cenário contrário: a sensação de pavor é maior dentro de seu lar. Estar sob risco de um bandido profissional na rua é fichinha perto do fato de dividir o lar com um marido agressor. Pois este caos é rotina para milhares de mulheres no mundo.

Na edição de hoje do Diário Gaúcho, a repórter Schirlei Alves assina uma impactante reportagem sobre algo impressionante. Muitas mulheres estão envolvidas no chamado Ciclo da Violência: elas são vítimas de sucessivas agressões psicológicas, físicas e sexuais. Ao relevar ou perdoar o companheiro, repetidas vezes, estão agravando este enredo sem perceber.

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Acontece com você? Denuncie!

Especialistas afirmam que elas não têm culpa de insistir na relação ou demorar a denunciar à polícia. Afinal, muitas têm envolvimento afetivo com o homem, pai de seus filhos e que sustenta a família. Especialmente os que sabem disso, abusam ainda mais nas doses diárias de terrorismo domiciliar.

Sim, a palavra certa é terrorismo. Leia as duas histórias revoltantes narradas nesta edição e você concordará comigo. Mas faça mais do que isso. Sabe de alguém que sofre com o Ciclo da Violência? Então ajude, alerte. Acontece com você? Denuncie o agressor.

Há lares em que as agressões se perpetuam como se fosse algo genético. E não é. O agressor é um criminoso. Nenhuma mulher merece viver apanhando ou sendo humilhada! Nenhuma criança deve crescer assistindo a cenas de terror dentro de casa!


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