Notícias



Direto da Redação 

Felipe Bortolanza: criançada feliz e de barriga cheia

12/10/2016 - 15h32min

Atualizada em: 12/10/2016 - 15h33min


Felipe Bortolanza
Enviar E-mail

Quando eu era criança, lá em Erechim, não havia internet nem tevê a cabo. Aliás, só pegavam três canais na nossa Telefunken: 2, 8 e 10. Na ordem, Globo (boa imagem), SBT (ora colorida, ora não) e a Bandeirantes (mais chuvisco do que imagem). Eram restritas as alternativas para se informar sobre as notícias do Rio Grande, do Brasil e do mundo. Pela Rádio Gaúcha, lembro do meu pai, professor, ouvindo o Correspondente Ipiranga, ansioso por informações sobre o magistério. Mas a piazada não se liga em rádio – eu só ligava para ouvir os jogos de futebol.

Mas, desde pequeno, sentia atração por notícias. Por isso, minha única fonte garantida era o jornal que chegava todas as manhãs. Na capa, via primeiro as fotos e as chamadas do futebol e, com o passar dos anos, fui ampliando meu interesse por outros assuntos.

Confira outras colunas do Diário Gaúcho

Mergulho no tempo

Fiz este mergulho de 30 anos no passado para revelar minha emoção pela matéria que estamos trazendo nesta edição. Graças à brilhante ideia da editora Lis Aline Silveira, a repórter Roberta Schuler visitou uma turminha de 3º ano de um colégio público no Rubem Berta. A ideia era fazer com que as crianças fizessem a capa do Diário com manchetes que servissem como presente para elas no Dia das Crianças. Ficou espetacular (veja nas páginas 3, 6 e 7 e também no site do DG).

Poucas citam brinquedos. Bem informadas até sobre o Furacão Matthew, escreveram frases imaginando que todos, no Haiti, tiveram as casas reconstruídas. A insegurança também se reflete. E a maioria abordou o tema da falta de moradia. Ter uma casa é o maior desejo que povoa o imaginário destes pequenos, entre oito e 12 anos. Parei para refletir: o que será que eu escreveria se eu tivesse tido a chance de fazer uma capa no meu tempo de escola? O que mais me impactava era ver crianças pedindo comida na nossa porta, no inverno, de pés no chão.

Meu título principal seria: TODA CRIANÇA VIVE FELIZ E DE BARRIGA CHEIA. Para isso, meu esforço solidário é sempre direcionado à criançada. E você? Que manchete está ajudando a construir?



MAIS SOBRE

Últimas Notícias