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Carlos Etchichury: o assassinato da estudante em Cachoeirinha serve de alerta aos pais

Editor-chefe do Diário Gaúcho relaciona violência da colega de 12 anos com a necessidade de as crianças serem educadas com afeto e tolerância

23/03/2017 - 11h53min

Atualizada em: 23/03/2017 - 13h41min


Os bastidores da morte da estudante Marta Avelhaneda Gonçalves, 14 anos, assassinada dentro da sala de aula, são desoladores. Aluna da Escola Estadual Luiz de Camões, em Cachoeirinha, a adolescente teria se desentendido com colegas nos primeiros dias do ano letivo.

A desavença começou com discussões, avançou para um empurra-empurra até resultar em bullyng e agressão física. Uma gravata aplicada por uma criança de 12 anos (12 anos!) teria determinado a morte de Marta, conforme apurou a polícia após ouvir 22 pessoas.

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Os requintes não param aí. Médicos da Samu, que prestaram os primeiros socorros, foram induzidos ao erro durante o atendimento. Estudantes informaram que a garota, agonizando após ser sufocada por uma colega, teria caído e batido a cabeça. A desinformação dificultou o socorro e, talvez, tenha determinado a morte.

O assassinato de Marta, descrita como uma garota "doce" e "estudiosa", esfacela uma família. Como superar a perda de uma filha que sai para estudar após o almoço e, no início da noite, é devolvida aos pais dentro de um esquife? A perda, ainda mais terrível pelas circunstâncias, deixa feridas que não cicatrizam.

O que passa pela cabeça de uma criança que agride uma colega até a morte (mesmo que a intenção não fosse matar, como eu imagino que não fosse)? O episódio serve de alerta para os pais. Por mais inóspito e brutal que seja uma comunidade, o afeto dentro de casa é determinante na vida de um ser humano.

A cultura da violência, seja física ou verbal, deve ser combatida todos os dias. Pais amorosos, que resolvem conflitos familiares com diálogo, dificilmente viverão a terrível experiência de ver um filho implicado em um homicídio. Criança educada com afeto e tolerância distribui afeto e tolerância mundo afora. O mal deve ser combatido na origem. Antes que seja tarde.



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