Papo reto
Manoel Soares e a riqueza de ensinamentos do rapper Emicida
Segundo o músico, conhecer a própria história é fundamental para quem deseja ir além das próprias fronteiras
Nesta semana, tirei um dia para trocar uma ideia com um irmão que saiu do topo mais triste das estatísticas para o topo dos palcos. O cara que o Brasil chama de Emicida, com os dedos sujos da gordura do churras, prefere ser chamado de Leandro e diz que conhecer a própria história é fundamental na hora em que decidimos ir além de nossas fronteiras.
Como muitos de nós, ele viu a mãe destruir a coluna de tanto fazer faxina e decidiu dar a ela a liberdade. Depois de ter visto um amigo morrer na mão da polícia, ele encontrou nas letras de rap um antídoto para a dor e a revolta.
A injustiça tem sobre ele o mesmo efeito que tem sobre nós: frustra, deprime e, às vezes, desmotiva. Mas ele diz que, embora a escuridão até assuste, basta uma luz de vela para que tudo mude.
"O corpo obedece a mente, não deixe entrarem na sua." Essa foi a frase final de nosso papo. Fiz questão de dividir com vocês um pouco desse encontro porque tudo que nos deixa rico deve ser dividido.