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Felipe Bortolanza: meu novo ídolo no futebol

O editor-executivo do Diário Gaúcho revela de quem virou fã na última semana

19/04/2017 - 10h43min

Atualizada em: 19/04/2017 - 11h03min


Felipe Bortolanza
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Futebol é apaixonante. Sei disso desde criança, quando comecei a torcer por um time e jogar bola na escola. Escolhia sempre o mesmo número da camiseta porque era o mesmo do meu maior ídolo. Mas fui crescendo e percebendo que a idolatria precisa ser cultivada com prudência.

Para o fã, tudo o que o jogador faz é o mais lindo do mundo. É um ser incontestável. Se ele faz um gol, merece Seleção Brasileira. Se ele é expulso, a culpa é do juiz. E isso é muito perigoso. Explico com uma pergunta:

– O que leva um atleta a comemorar um gol fazendo gestos com mãos e braços simulando estar dando tiros? E pior, apontando para a torcida!

Isso me irrita profundamente. Já vivemos num mundo tão violento que ninguém merece ver uma "arma" metida num momento de alegria. Muito menos os fãs do autor do gol. Seguidamente deparo com fotos de comemoração com gestos imbecis destes. Lamento, goleador, mas na capa do DG, assim, você não sai.

Prefiro qualquer outra. Agindo assim, você será um ídolo do mal.

Mude a regra, Fifa!

Aliás, por que a Fifa não inclui na regra um cartão amarelo para este tipo de comemoração?

Ou melhor: teria de ser vermelho. Atirar em alguém é crime. Dias atrás, o juiz deu amarelo para o Guilherme Biteco, que fez um gol pelo Paraná e tirou a camisa. Embaixo, havia outra para homenagear o irmão Matheus, uma das vítimas da queda do avião da Chapecoense. A cena é emocionante, pois o atleta caiu num choro sem fim. Sei, é a regra, mas faltou bom senso ao árbitro. Assim como falta atitude à Fifa para punir estes "artilheiros" com pinta de “ pistoleiros”.

Menos maladros, mais Rodrigos

Por fim, vou revelar o meu novo ídolo do bem no futebol: Rodrigo Caio, zagueiro do São Paulo. Ao ver o juiz dar amarelo a um rival, admitiu que foi ele próprio que esbarrou no goleiro sãopaulino.

O árbitro corrigiu a injustiça na hora. Atitudes assim destoam no futebol, quando deveriam ser corriqueiras. E só ganham destaque porque a malandragem é a regra entre os boleiros. E ídolo malandro não costuma ser do bem. Ídolos do bem e do mal.

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