Foi com um protesto em frente ao Hospital de Alvorada, no final da tarde desta sexta-feira (4), que parentes e amigos de Josiane de Oliveira da Silva, 33 anos, tentaram aplacar a dor pela perda da industriária. Ela morreu na madrugada de segunda-feira, depois de ter atendimento negligenciado, segundo a família, na instituição.

– Queremos que alguém tome uma atitude para que não haja mais vítimas nesse lugar que não é um hospital, é um frigorífico. São horas de espera, as pessoas são ignoradas – desabafou o mecânico Ricardo Alexandre Gama da Silva,
41 anos, que vivia com Josiane e a viu morrer na sua frente.

De acordo com Ricardo, era por volta de 3h de segunda-feira quando Josiane teve o que ele acredita ter sido uma convulsão e foi levada ao hospital, onde passou por triagem e foi orientada a aguardar no saguão, já que só haveria médico no local às 5h.

Ele até tentou levá-la a outro lugar, mas, na saída, uma crise mais violenta fez com que retornassem.

– Entrei aos berros pedindo por uma cadeira de rodas e ninguém me ajudou. Entrei com ela nos braços, já com a boca roxa, e eis que surgem médicos, mas aí era tarde. Ela morreu ali na minha frente – conta.

O corpo de Josiane foi sepultado na terça-feira, mesmo dia em que a família registrou ocorrência na polícia.

Sindicância deve apurar os fatos

Por meio da sua assessoria de imprensa, a direção do Hospital de Alvorada informou que uma sindicância interna para apuração dos fatos está em andamento.

Em nota, declarou que Josiane retornou ao hospital “já em parada cardiorrespiratória”, que “o atendimento foi realizado imediatamente e a equipe de atendimento realizou procedimentos para tentativa de reanimação por 40 minutos, sem sucesso, tendo, infelizmente, o óbito sido declarado às 4h10min”.

Ainda na nota, o hospital diz que “se solidariza com a família da paciente e sua diretoria se coloca à disposição para prestar todas as informações que forem necessárias”.