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Felipe Bortolanza: o segredo do alô

Editor-executivo do Diário Gaúcho fala sobre valorização e paixão pelo que se faz

31/08/2017 - 12h12min

Atualizada em: 31/08/2017 - 12h12min


Diálogo entre pai e filho de sete anos:

– Por que o Pedro Rocha vai embora? Ele não gosta do Grêmio e dos amigos de time?

– Não é isso. É que ele recebeu uma proposta muito boa em dinheiro. Coisa que times aqui do Brasil não conseguem pagar.

Descontada a inocência infantil, a inquietação me despertou uma comparação com algo que eu havia ouvido minutos antes, ontem de manhã. Durante encontro de jornalistas da RBS, no momento em que o assunto era a valorização dos profissionais em seus ambientes de trabalho, um empresário convidado revelou, mais ou menos nestes termos:

– Quando a empresa cresceu em Porto Alegre, tive medo de perder alguns colaboradores que se destacavam. Ainda que bem remunerados, todos gostam de se sentir importantes. Para isso, é fundamental tocar o coração.

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Telefonemas

Na sequência, contou que telefona para cerca de 300 companheiros de firma no dia do aniversário deles.

– É um minuto do dia, mas de imenso significado. Legal receber um alô bem cedo do presidente da companhia, não acham?

É algo simples, mas Otelmo Drebes, presidente da Lojas Lebes, sabe que cativar pessoas é um dos segredos do sucesso no trabalho. Essa doutrina de vida me emocionou, até por lembrar de algo que meu pai fez durante seus mais de 40 anos de magistério: mandar cartão de aniversário aos alunos.

Seja em sala de aula, numa loja ou num clube de futebol, demonstrações de carinho servem de combustível para aditivar aprendizados e conquistas. É claro que, no caso de jogadores brasileiros, diante dos euros de clubes europeus, não há abraço de "parabéns" que os segure.

Mas, para a maioria dos demais trabalhadores, se sentir valorizado e conviver em ambientes com pessoas apaixonadas pelo que fazem é decisivo para se ter sucesso.

E sucesso nem sempre se traduz em euros na conta. Pode ser alegria no coração.



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