Coluna da Maga
Magali Moraes e a rotina de hospital
O que pode ser mais importante do que a saúde de uma pessoa que é tudo pra nós? Nada. Absolutamente nada
De repente, o que era pra ser um procedimento relativamente simples se transformou em perigo e internação. Tem algum leitor aí com alguém muito especial no hospital? Estamos juntos! A rotina vira de cabeça pra baixo, né?
As prioridades são redefinidas. O que pode ser mais importante do que a saúde dessa pessoa que é tudo pra nós? Nada. Absolutamente nada. A saída é respirar fundo e reorganizar a vida. Rezar dá conforto e confiança. Contar com os amigos, também. A rotina de hospital é puxada. Mas e quem nem consegue hospital pra se curar?
É botar o crachá de acompanhante no peito e seguir em frente. Doar tempo, carinho e atenção é o mínimo que podemos fazer. E doar sangue. Nessa hora, como não lembrar das vezes em que alguém pediu doadores e estávamos ocupados demais pra doar? Melhor avisar a todos que você vai estar oficialmente distraída, nervosa e de coração apertado, tentando aparentar normalidade. Compreensão é bem-vinda, especialmente no trabalho. Em casa as tarefas serão delegadas ou esquecidas. O sono vai ser custoso. A unha será feita sabe-se lá quando. E talvez não dê vontade de conversar.
O tempo das coisas
A caminho do hospital, parece que o relógio vai mudando de velocidade. Lá dentro, desacelera e faz pensar. O agito a que estamos habituados perde o sentido. Por mais que a gente tenha pressa de voltar pra casa com o paciente curado, o tempo das coisas é outro. E precisa ser respeitado. Um dia de cada vez. Já tenho uma certa experiência no assunto. A única certeza é que somos mais fortes do que achamos.
Nesta semana, a minha mãe vai operar o coração e colocar pontes de safena. Fomos pegos de surpresa. Desde quinta passada, estou virada em ansiedade. Eu ainda não tinha conseguido chorar. Escrevendo essa coluna, finalmente as lágrimas desceram. Me sinto mais aliviada agora. Vai dar tudo certo. Torce por nós!