Coluna da Maga
Magali Moraes escreve sobre uma bactéria e um esquilo
Semana passada, um dos assuntos mais comentados foi o caso da bactéria encontrada em um lote de queijo fatiado no Bourbon Ipiranga, em Porto Alegre. Antes disso ser esclarecido, as informações davam a entender que todos os frios fatiados da rede poderiam estar contaminados em várias filiais. Eu nunca tinha visto um boato de WhatsApp ser verdadeiro. Você também recebeu o áudio e a mensagem escrita? Viralizou. A tal Listeria monocytogenes ficou famosa da noite pro dia, gerando medo, dúvidas e indignação.
Mas por que o assunto rendeu tanto? É que o Zaffari estava envolvido. Uma marca que é sinônimo de qualidade pra qualquer gaúcho. Aquele esquilo faz parte do nosso imaginário. Ir no Zaffari é programa semanal. É hábito que passa de pai pra filho. Guardamos suas sacolinhas. Conferimos suas ofertas. Nos emocionamos com suas propagandas de Natal. Lembramos da indispensável despensa do seu lar. Acreditamos que economizar é comprar bem. Do Zaffari, só esperamos o melhor.
Estremecida
Quando acontece uma quebra de confiança, a gente se sente desapontado. Logo tu, Zaffari? E de novo?!? Não faz muito, houve casos de carne vencida. Com algumas marcas, a gente se identifica tanto que cria uma relação afetiva. A expectativa é alta. Foi o próprio Zaffari que estabeleceu esse padrão de qualidade e virou referência pro setor, com seus corredores sempre fartos e organizados. Por isso incomoda quando vemos alguma prateleira não abastecida, frutas feias ou verduras murchas.
Eu não vou deixar de ir no Zaffari. Mas como em qualquer relacionamento, deu uma estremecida. Não dá pra negar que a postura da empresa foi adequada, respondendo com transparência, rapidez e reembolsando os consumidores. Tinha que ser assim. É o mínimo esperado. Que outros lugares sejam fiscalizados. Zaffari, vou te dar uma segunda chance. Nossa história é antiga. Mas não brinca com o meu coração. Nem com a minha saúde.