Coluna da Maga
Magali Moraes e os bastidores de ser colunista
O pessoal lá em casa tá mordido com algumas colunas. Acham que dou muita indireta pra eles. As luzes acesas. Os farelos sujando o requeijão. O restinho de água na jarra. A louça suja na pia. As roupas contorcionistas. E tantas outras que nem lembro mais (pelo jeito, eles lembram). Então resolvi fazer a coluna que eles gostariam de escrever caso tivessem esse espaço no DG. Pra limpar a minha barra, eu mesma vou me criticar. Não repara.
O que eles alegam? Que sou barulhenta no silêncio da noite. Por mais que eu cuide, bato portas, acendo a luz (pra achar o meu lugar na cama), abro gavetas que rangem. O que mais renderia coluna? Essa minha mania de arrumar tudo ao redor. Na mesa, recolho os pratos e alguém ainda não deu a última garfada (ops!). Desodorante esquecido no quarto? Já levo de volta pro banheiro. Aí descubro que não estava esquecido, mas separado pra usar. Roupa jogada em cima da cama? Guardo rapidinho e escuto "cadê a camisa que eu ia botar?" Foi mal, desculpa aí.
Elevador
Aposto que eles também contariam que fico hipnotizada no Facebook. "A mãe tá fora do ar." Exagerados. Não sei por que se incomodam. Tá certo que, durante a hipnose Facebookiana, eles falam comigo e nem respondo (tô entretida, ué). Lembrei de outra: segundo a minha própria família, eu meto o bedelho onde não sou chamada. "Tava só esperando o teu comentário...", dizem eles, revirando os olhos. O que posso fazer se gosto mesmo de comentar tudo?
Outra queixa é ao chamar o elevador pra sair de manhã cedo. Reclamam que eu me enrolo e sou sempre a última a entrar. É aproveitamento de tempo! Moramos num andar alto. Dá até pra lavar um copo e conferir se tirei o ferro da tomada antes que o elevador chegue. Bom, melhor parar por aqui. Sou apenas uma colunista que precisa de muito assunto. Ricardo, Rafael e Fabio, vocês deveriam se orgulhar de serem musos inspiradores. O meu cotidiano não teria graça sem vocês.