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Coluna da Maga

Magali Moraes escreve sobre os significados da chave de casa

25/10/2017 - 10h00min

Atualizada em: 25/10/2017 - 10h00min


Miguel Neves / Divulgação

Eu adoro quando alguém já vai pegando a chave porque está chegando em casa. Mesmo que faltem dez quilômetros, vinte metros ou cinco passos. Pode ser uma questão de segurança, pra não ficar de bobeira procurando a chave na calçada. Pode ser uma mania. Pode ser uma vontade louca de abrir a porta e entrar no seu pedacinho de paraíso. Te entendo tanto, sabia? Não importa se é um casarão ou um apê minúsculo. O assunto aqui não é riqueza. É pertencimento.

O barulhinho bom de uma chave batendo na outra serve pra avisar o coração de que estamos chegando naquele lugar que tem o nosso cheiro, o nosso jeito, as nossas coisas e garante a nossa paz de espírito. Alguns dias são tão longos que parecem durar semanas. Aí é ainda mais maravilhoso voltar pra casa. A porta abre e uma sensação gostosa nos abraça. Passa a chave logo nessa porta e deixa o resto pra trás. Depois que a gente finalmente chega em casa, o mundo que espere. 

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Troca-troca

Agora que estamos em território sagrado, eu te pergunto: onde você deixa a chave? No buraco da fechadura? Em cima de algum móvel ali perto? No bolso da calça? Pendurada no ganchinho da parede? Junto com a carteira? Se perder na intimidade do lar é uma delícia. Perder a própria chave dentro de casa é pra matar! Por isso é bom manter a danada sempre no mesmo local. O problema é quando todo mundo que mora com você tem chaveiros parecidos. Um acaba pegando as chaves do outro. Nesse troca-troca, é provável que alguém fique sem. 

Tem molhos de chaves tão carregados que a gente mal ouve o tilintar. Aquilo mexendo lembra um trovão assustador. Às vezes, a chave de casa é uma só. Sem trancas, trincos e extras (chave da correspondência, do carrinho do súper na garagem, do armário na academia, do cofre, da gaveta). Acho um sonho esse minimalismo de carregar apenas uma chave pra entrar e sair de casa. Se bem que uma chave solitária não faz o tal barulhinho bom. Esquece.     



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