Coluna da Maga
Magali Moraes e o desejo de fugir para as montanhas
Não tá fácil essa vida de roupa apertada e comilança, como se não houvesse amanhã. No caso, amanhã o jeans vai estar mais apertado ainda. Tô começando a analisar a hipótese de finalmente cair na real e fechar a boca. Quando penso em recusar tudo que não seja uma folha de alface, aparece um convite apetitoso. Jantar com amigos. Encontro da turma do filho com espetinhos. Brinde com as amigas. Fora as comilanças que eu mesma invento. Aliás, sou especialista em criar programas que envolvam calorias.
Serei forte o suficiente pra iniciar dieta às vésperas do Natal e de todas as gordices de final de ano? Recusarei a sagrada torta de sorvete depois da ceia? Vou comemorar a chegada de 2018 brindando com a taça cheia de suco Clight, salivando pelo espumante alheio? Conseguirei prestar atenção na contagem regressiva e nos fogos de artifício, com o estômago roncando de fome? Vou virar a chata que não aceita convite pra nada que envolva alimentação? Levarei marmita fit no Réveillon?
O inimigo
Preciso fugir urgente pra montanha mais alta, onde nenhuma telentrega chegue. A gente espera o milagre de Natal e se ilude. Quer eliminar a borda de catupiry na cintura e continua comendo pizza. Quer acalmar o estresse e se joga no chocolate. Quer mudar e encomenda a geleia da mãe da Laura. Quer descobrir as novidades no súper e traz o inimigo pra dentro de casa. Gostinho de frustração. Ainda mais quando tem uma maçã me encarando ao lado do computador. E maçã dá fome.
Reli agora o título da coluna. Achou que eu ia falar das maravilhas do turismo na serra gaúcha? Taí um tema que adoro, mas que também gira em torno de comida. Como manter a linha morando tão perto dos fondues de Gramado, dos restaurantes de Canela, dos vinhedos de Bento e Garibaldi, das cucas da estrada? Com o perdão do trocadilho, não dá mais pra empurrar esse assunto com a barriga. Preciso tomar uma atitude. Ou um vinho branco geladinho.