Em quase três anos de DG, me dei conta de que nunca escrevi uma coluna sobre o pôr do sol do Guaíba. Que falha! Logo eu, que vivo atrás de assunto. Ele merece brilhar aqui também. Um pôr do sol como o nosso é de encher os olhos. E nos mostra o quanto somos pequeninhos diante da natureza. Dedico essa coluna a todo pôr do sol que sabe usar infinitos tons de amarelo, laranja e rosa pra colorir o céu. Ou melhor, dedico a todo mundo que sabe apreciar um pôr do sol. 

Me chamem de bairrista. Vai dizer que não é lindo ver aquela bola de fogo sendo engolida pelo horizonte? Pode aplaudir! Os hermanos nos ensinaram isso. E tomara que tenha um barquinho compondo o visual. Existe um lugar em Porto Alegre onde eu acho perfeito curtir o pôr do sol: a Fundação Iberê Camargo, a caminho da Zona Sul. Poderia ser o cartão postal de qualquer metrópole no mundo. Na verdade, toda a orla do Guaíba é um convite para o porto-alegrense turistar a própria cidade.

Leia outras colunas da Maga 

Descuido e descaso

Por que eu gosto tanto assim do pôr do do Sol do Guaíba? Ele é uma das poucas coisas que ainda funcionam em Porto Alegre. A cidade está um lixo, desculpe a sinceridade. Uma tristeza ver tanto descuido e descaso. Praças abandonadas, prédios pichados, ruas esburacadas, bairros largados, obras esquecidas. Dá vergonha e dor no coração. Mas em vez de citar as dores, vou sempre preferir falar das alegrias. E que alegria ver o pôr do sol do Guaíba! Antes que a esperança acabe, olhe pro céu. 

Acho difícil alguém estragar o pôr do sol do Guaíba. Pra quem hoje vai fazer feriado, fica aqui o meu convite. Em plena quarta-feira, que a gente se dê ao luxo de curtir o pôr do sol. E que ele nos faça acreditar em dias melhores. O rio Guaíba tem os seus problemas. Mas quando ele faz par com o sol, ninguém segura essa dupla. Se você não mora em Porto Alegre, também está convidado. Abra a janela, saia de casa, ache um pôr do sol pra chamar de seu.