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Boavista Sport Club

Ex no ataque, clube jovem e time rodado: saiba o que espera o Inter na Copa do Brasil

Boavista, adversário colorado em Cascavel, é treinado por um ex-goleiro do Grêmio e conta com 16 jogadores que passaram por gigantes do Brasil

30/01/2018 - 12h22min


Leandro Behs
Leandro Behs
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Arte / GaúchaZH

O Inter que tome cuidado na estreia da Copa do Brasil. Nessa quarta-feira, em Cascavel, a equipe de Odair Hellmann terá pela frente o Boavista-RJ, de Saquarema (cidade que se orgulha do título de capital brasileira do surfe), um clube empresa, um time matreiro, com jogadores experientes, e cujas pretensões para 2018 são bem maiores do que as do Princesa do Solimões-AM, o primeiro adversário colorado no torneio do ano passado. 

Para um clube que não sabe o que é chegar em uma decisão de Copa do Brasil desde 2009 - quando perdeu para o Corinthians de Ronaldo Nazário -, os cariocas endinheirados e com um batalhão de ex-jogadores de grandes clubes podem ser um sério problema nesse começo de ano. Nessa primeira fase da Copa do Brasil as equipes se enfrentam em jogo único. Como o Boavista é o mandante - e escolheu vender o seu jogo para Cascavel -, ele é obrigado a vencer para se classificar. O empate é colorado. Quem avançar no oeste paranaense enfrentará o ganhador de Atlético-ES e Remo-PA na etapa seguinte.  

A partir de agora, GaúchaZH apresenta curiosidades sobre o adversário do Inter na Copa do Brasil:

De Barreira a Boavista

Antes de se transformar no Boavista Sport Club, um clube-empresa, cujo objetivo é dar lucro a seus proprietários, a equipe era o Esporte Clube Barreira, do distrito de Bacaxá, onde se localiza o Estádio Elcyr Resende. Em 2004, os irmãos, José Luca e João Paulo Magalhães, filhos do banqueiro José Luiz Magalhães Lins - conhecido nos anos 60 e 70 como uma espécie de mecenas das estrelas, financiando nomes que foram de Garrincha a Glauber Rocha, e sócio da seguradora Atlântica Boavista -, adquiriram o Barreira e já trocaram o seu nome e traçaram planos para o novo empreendimento. A empresa passou a ser gerida por João Paulo, a partir de 2012, quando José Luca morreu. Paga em dia e bons salários a seus contratados - a fim de atrair jogadores que poderiam ir para clubes mais badalados, mas que não pagam de forma tão correta assim. Os números são mantidos em sigilo. Mas, somente para jogar o Carioca, o Boavista recebeu R$ 4 milhões. 

Pré-temporada luxuosa

Se o Inter desdenha a Florida Cup desde 2017, o Boavista passou a fazer a sua pré-temporada no Exterior. Enquanto o Grêmio cruzava os Emirados Árabes na disputa do Mundial, em Al Ain e Abu Dhabi, ali, pertinho, em Dubai, o Boavista realizava a sua pré-temporada. De 5 a 22 de dezembro, a delegação permaneceu treinador e disputando amistosos no país. A pré-temporada foi bancada pelo clube, em parceria com o ex-atacante do Botafogo Donizete Pantera, e a partir de um convite do xeque de Sharja - o terceiro maior emirado local -, Mohammed bin Sultan Al Qasimi, amigo de João Paulo Magalhães. 

O técnico e o goleiro que pediu para sair

Possivelmente você não vá relacionar o nome à pessoa. Aos 40 anos, Eduardo Allax Scherpel é o técnico do Boavista. Um jovem treinador, que iniciou a carreira em 2012, no Duque de Caxias-RJ. Mas, se eu lhe disser que Eduardo Allax Scherpel é o ex-goleiro do Grêmio Eduardo, talvez você recorde. Em 2005, um Grêmio sem recursos e na Série B, Paulo Odone montou um time emergencial para começar a campanha que devolveria o clube à Primeira Divisão. O começo de campanha foi desastroso. Punido por incidentes no ano anterior, o Grêmio foi obrigado a jogar as duas primeiras partida como mandante na B no Beira-Rio. Poucas coisas pareciam ser piores. Após a derrota "em casa" por 2 a 0 para o Ituano, Eduardo pediu para ir embora. Ele propôs ao Grêmio a rescisão de contrato, alegando que na semana anterior, durante a eliminação do Grêmio para o Fluminense nas oitavas da Copa do Brasil, a sua mulher havia sido ofendida por torcedores gremistas. Eduardo jogou até 2011, quando encerrou a carreira no Figueirense.  

O ex do momento

Nos últimos anos, as chegadas e partidas no vestiário do Inter foram intensas. Sendo assim, é comum que o clube encontre um de seus ex Brasil afora. O ex da vez é Leandrão, atualmente com 34 anos de idade. O centroavante surgido na base e que, por ter chegado antes do outro Leandrão, obrigou o sucessor a trocar de nome. E o novo "Leandrão" dos juniores passou a se chamar Leandro Damião, quando promovido ao time de cima, em 2011.  

Time de famosos e de quase famosos

Além de Leandrão, ex-Inter, o Boavista conta com outros 15 jogadores que passaram por grandes clubes do Brasil. 

A lista (jogadores e os seus ex-clubes):

Júlio César (lateral-esquerdo) - Flamengo, Fluminense, Grêmio, Botafogo e Vasco

Erick Flores (meia) - Flamengo

Thiaguinho Silva (volante) - Vasco

Tartá (atacante) - Fluminense

Gustavo (zagueiro) - Flamengo

Elivelton (zagueiro) - Fluminense

Rafael (goleiro) - Vasco e Fluminense

Thiaguinho (lateral-direito) - Botafogo e Sport

Thiago Coimbra, filho de Zico (meia) - Flamengo

Fellype Gabriel (meia) - Flamengo, Cruzeiro, Botafogo e Palmeiras

Marquinho (meia) - Botafogo

Anderson Luiz (zagueiro) - Flamengo

Renan Donizete (meia) - Flamengo

Jean (lateral-esquerdo) - Botafogo

Kadu Fernandes (zagueiro) - Vasco

Na Copinha

Os times profissionais de Inter e Boavista jamais se enfrentaram. A gurizada, porém, teve dois confrontos recentes. Em janeiro, pela Copa São Paulo de Futebol Júnior, o Inter bateu o Boavista duas vezes. Na primeira, por 2 a 0, na etapa de grupos. Depois, goleou por 5 a 1, na segunda fase do torneio. 

A campanha no Carioca

A temporada do Boavista não chega a ser um assombro no Campeonato Carioca. Depois de fazer 3 a 1 no Fluminense, na estreia do torneio, o Boavista andou tropeçando. Perdeu em casa para o Macaé, por 1 a 0, bateu o Madureira por 1 a 0, fora de casa, e, neste final de semana, foi derrotado pelo Botafogo, no Engenhão, também por 1 a 0, com um gol do ex-Inter Brenner. Com seis pontos em quatro rodadas, ocupa a segunda colocação do Grupo C, cujo líder é o Botafogo, com o Fluminense na quarta colocação. 

Grupo campeão

Boa parte da atual formação do Boavista conquistou a vaga à Copa do Brasil ao conquistar a Copa Rio, no ano passado. Espécie de Copa FGF, o torneio é disputado no segundo semestre com o objetivo principal de manter o maior número possível de clubes em atividade. Na decisão, o Boavista bateu o Americano fora de casa por 1 a 0 no tempo normal - com gol de Leandrão - e conseguiu levar a final para os pênaltis, onde repetiu a vitória, agora por 4 a 2, e conquistou o principal título da jovem história do clube.

O time-base

O Boavista joga no 4-4-2. A equipe que vem sendo escalado pelo técnico Eduardo Allax é formada por: Rafael; Gabriel, Gustavo, Kadu e Julio César; Douglas Pedroso, Maranhão, Erick Flores e Marquinho; Caio Cézar e Leandrão.



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