Agora que a poeira do Ano-Novo baixou e janeiro está engrenando, eu queria contar uma frase que ouvi no finalzinho de 2017 e guardei pra colocar em prática. Primeiro vou explicar onde ela foi dita. Na formatura do meu filho no Ensino Médio. Em algum momento do discurso, o professor homenageado de todo o terceiro ano falou o seguinte: “a realidade é um convite permanente para que você desista dos seus sonhos”.
Não sei se a gurizada prestou atenção, em meio a tanta adrenalina. Mas eu quase o aplaudi antes da hora. Peguei o celular e anotei pra não esquecer. Um professor que dá esse último ensinamento aos seus alunos merece a homenagem que recebeu. Alexandre Ayub, se você estiver lendo a coluna, saiba que fiquei louca pra assistir às tuas aulas de história. Garanto que muitos pais que estavam lá sentiram o mesmo. Aliás, essa frase deveria ter caído em todas as provas.
Se existisse uma guerra entre a realidade e os sonhos, quem venceria? O que os livros didáticos contariam no futuro? E na história de vida de cada um, o que vai ficar registrado? Que a gente venceu essa guerra e conseguiu realizar nossos sonhos, apesar da realidade nos bombardeando o tempo inteiro? Ou que desistimos fácil? Que pequenas revoluções fazemos pra conquistar territórios e fincar bandeira naquilo que acreditamos? Se a realidade nos faz um convite permanente pra desistir, como neutralizar a inimiga e vencer essa batalha?
Alguns convites fazem um bem danado. Depois da formatura, eu assisti ao vídeo onde a gurizada fez o pedido pro Ayub aceitar a homenagem. Imagine três andares de escadarias do colégio tomados por mais de trezentos alunos encenando só pra ele trechos de História ensinados em sala de aula. De arrepiar! Fica aqui o meu convite pra vocês, leitores, derrotarem a realidade. Essa coluna também é uma homenagem a todos os professores que entram para a história dos seus alunos.