Papo reto
Manoel Soares: as semelhanças entre o cubo mágico e a vida
Não existem truques nem atalhos para nenhum dos dois, tem que se dedicar
Nas primeiras semanas do ano, entrei numas de aprender a montar cubo mágico, aquele quadrado colorido em que as laterais são móveis. Na aprendizagem, comecei a também a trazer umas sacadas para a vida. A primeira regra para montar o cubo é saber que os centros são fixos: eles não mudam e determinam a cor daquele lado. Na vida é assim também, tem coisas que não mudam, por mais movimentos que fizermos, são como são.
A segunda regra importante é que montar o cubo não tem a ver com as cores, e sim com decorar os movimentos de cada etapa de montagem. Tentar usar na primeira etapa um movimento da quinta é perder tempo. Na vida também, tem gente que gasta o salário antes de receber, isso é arrumar incomodação na virada do mês. Por mais absurdo que pareça, se ficarmos focados nas cores, não vamos conseguir montar o cubo.
Aí, tem quem me pergunte: se o objetivo é montar as cores, como eu devo não ter elas como foco? Na real, o objetivo é entender o cubo, deixar todos os lados da mesma cor é consequência. No dia a dia, cometemos o mesmo erro, achamos que o objetivo é ter grana, é comprar carro e tal. Mas, na real, temos que saber porque não conseguimos essas paradas, ter uma estratégia real pra alcançar e, depois, tudo vem ao natural. A vida é como um cubo mágico. Não basta ter tudo alinhado, a alegria está em saber alinhar. Não existem truques nem atalhos para nenhum dos dois, tem que se dedicar.