Não é metade do ingresso, não. É metade da experiência. Essa coluna é dedicada a todo mundo que adora ir ao cinema, mas nem sempre adora o final do filme. A gente se enche de expectativa, se enche de pipoca e a história não chega lá. Falta alguma coisa. Uma cena esclarecedora. Uma atuação mais poderosa. Uma reviravolta no roteiro. Um fio condutor pra prender do início ao fim. E quando as luzes acendem, a gente fica com cara de bobo. Hã?!? Já acabou?!?
Que frustração! Alguns palavrões serão automaticamente pronunciados (tomara que em pensamento). Ô coisa irritante, e não é a pipoca presa no dente. Tem filmes que já nascem fadados ao fracasso e insistimos em ver. Tem outros que começam bem e vão ficando cada vez melhor. Essa é a experiência completa! Mas nunca comemore a sua escolha antes da hora. No meio do filme, o gato pode subir no telhado. Aí ferrou. A história desanda. Mesmo prevendo o pior, ficamos até o final. Você sabe, a esperança é a última que morre.
Dificuldade
Nos últimos três filmes que vi, saí do cinema com uma única certeza: Hollywood está com dificuldade de concluir as narrativas. "Lady Bird" é bem interessante, só falta um fim. "Três anúncios e um crime" eu achei genial, pena que não acaba. Já "Pequena grande vida" tem uma baita sacada que se perde. Todos os gatos subiram naquele telhado. Mais um caso de final inexistente. Ideia desperdiçada, assim como o meu tempo. Com tantos filmes pra ver! Lembrando que gosto é gosto, cada um tem o seu.
E quando o filme é tri bom e a experiência também fica pela metade? O diretor não tem culpa, o problema são os comilões ao redor. Eles mastigam sem parar, abrem e fecham embalagens, se mexem na cadeira, conversam alto, atendem o celular, acham estão em casa. Mereciam ser expulsos antes do final. Nesse domingo tem o Oscar. Ainda dá tempo de correr pro cinema e assistir a um dos indicados. Que a história te agrade do começo ao fim!