Coluna da Maga
Magali Moraes e os quebradores de coisas
Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Qual é o seu dom especial? Quebrar copos? Pratos? Vidros de janelas? Canetas? Cadeiras? Pontas de lápis? Algumas pessoas deveriam ser estudadas por uma equipe de pesquisadores pra se definir a causa: excesso de força, apenas distração, falta de coordenação motora ou falta de sorte mesmo. Eu me incluo nesse grupo. Tenho muita facilidade pra quebrar copos. Ninguém quebra mais copos do que eu lá em casa. Tanto que comecei a comprar copos extras pra estocar e repor disfarçadamente.
Dá um misto de raiva, vergonha e frustração. Tomara que você não se corte, senão o estrago é maior. Os quebradores também são vistos com frequência no supermercado. A gente ouve um barulhão e logo se vira pra observar a cena. Esses dias, um senhor fofo ficou cercado de um mar de suco de uva da garrafa litrão que ele quebrou. Deu dó! Vovô viu a uva (na versão líquida). Nesses momentos, os demais quebradores pensam "antes ele do que eu".
Disfarçar
Quebrar algo na casa dos amigos é bem chato. Já aconteceu comigo, claro. Se eu odeio destruir os meus copos, imagina os dos outros. E quando quebram a canela de alguém no futebol? Ai, que dor. Os quebradores estão por toda a parte, a diferença é que alguns sabem disfarçar melhor. E nem sempre são objetos. Tem gente que quebra a cara no amor. Tem os dramáticos que adoram dizer "assim tu me quebra as pernas!!" Nenhuma perna é quebrada de verdade, mas a gente se sente um monstro.
No meu trabalho, o sonho é quebrar a internet (ou seja, ter sucesso nas publicações online). Às vezes, quebrar é um forte desejo. Pergunte a quem nunca consegue quebrar um ovo sem perder metade da gema. Ainda bem que dá pra procurar no Google como quebrar ovo e aprender truques. Como quebrar a rotina de um relacionamento deve ser a campeã das buscas. Agora se for pra quebrar a rotina do dia a dia, espero que essa coluna ajude. Enquanto isso, sigo quebrando a cabeça pra achar o próximo assunto.