Vale do Sinos
Decretada prisão de médico suspeito de abusar de paciente em São Leopoldo
Valmir Venâncio da Silva foi detido em flagrante pela Brigada Militar no início da noite de quarta-feira
O médico suspeito de abusar sexualmente de uma paciente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Scharlau, em São Leopoldo, no Vale do Sinos, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça nesta quinta-feira (19). Valmir Venâncio da Silva foi detido em flagrante pela Brigada Militar no início da noite de quarta-feira.
O caso está sendo apurado pela 2ª Delegacia de Polícia de São Leopoldo. O médico já havia sido denunciado pelo mesmo crime em Caxias do Sul.
De acordo com a ocorrência registrada em São Leopoldo, uma paciente grávida de 15 semanas buscou a UPA para tratar de uma dor de estômago. Ela relatou que teve que tirar toda a roupa e teve partes íntimas tocadas pelo suspeito.
O médico, que foi encaminhado para a delegacia, teria negado o fato no momento da abordagem. Conforme o delegado Rodrigo Zucco, ele prestou depoimento na presença de um advogado e voltou a negar os fatos, dizendo que eram "procedimentos normais da medicina". O advogado que representa o médico, Régis Eduardo Krauze, disse que a defesa ainda não vai se manifestar sobre a nova denúncia e os casos anteriores.
Valmir Venâncio da Silva é gaúcho, mas formou-se em Medicina em uma universidade da Venezuela. Ele começou a atuar no Estado em 2014, através do Programa Mais Médicos.
Responsável pela gestão da UPA de São Leopoldo, o Instituto Brasileiro de Saúde, Ensino, Pesquisa e Extensão para o Desenvolvimento Humano Gestão afirmou, em nota, que consultou o Conselho Regional de Medicina (Cremers) antes de contratar o médico. Ainda ressaltou que vítima e familiares receberam todo apoio, e o médico foi imediatamente afastado das funções.
Já o Cremers afirmou que irá abrir uma sindicância para apurar a conduta do profissional. Sobre as denúncias anteriores, o conselho diz que ainda não vai se manifestar, pois não teve o nome do médico confirmado oficialmente pela Polícia Civil.
A sindicância tem duração média de seis meses e o médico não tem o registro suspenso enquanto está sendo investigando. Portanto, pode continuar trabalhando até o fim do procedimento.
Histórico de denúncias
Em fevereiro de 2016, Silva havia sido afastado pela Secretaria Municipal de Saúde de Caxias do Sul após denúncias de quatro pacientes de uma Unidade Básica de Saúde. Em setembro, foi demitido da UPA da cidade da Serra, onde era plantonista, novamente por suspeita de abuso sexual.
A Polícia Civil abriu três investigações para apurar as denúncias de pacientes. Em duas delas, ele foi indiciado por abuso sexual mediante fraude. O inquérito mais recente, de fevereiro, ainda está sendo apurado.