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Coluna da Maga

Magali Moraes e o medo de curvas na estrada

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

06/04/2018 - 10h11min

Atualizada em: 08/04/2018 - 12h12min


  

Miguel Neves / Divulgação

A gente ganha medos e nem sabe explicar o motivo. Dirijo desde os 18, por toda parte (e bem). De uns anos pra cá, comecei a temer estradas com curvas. Só vou no banco do carona. E é tenso do mesmo jeito. Aquele ziguezague da Serra me faz suar frio nas mãos. Vale tudo pra me sentir protegida. Segurar firme na maçaneta interna da porta. Falar pelos cotovelos. Mentalmente adiantar uma coluna. Fechar os olhos durante a curva. Mas logo vem outra placa anunciando a próxima curva fechada. 

Juro que eu não era assim. O medo apareceu do nada. O problema não é falta de confiança no motorista ou excesso de velocidade. Temos opiniões diferentes sobre a aceleração mais indicada numa curva. Se depender de mim, é desaceleração. O mais devagar possível. De preferência, trancando todos os carros que vêm atrás (desculpa aí). Não aceito que acelerar dá mais estabilidade e aderência do pneu com o asfalto. Adoro um caminhão bem lentinho na frente.

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Penhasco

Me convide pra viajar que eu topo. Sou a primeira a arrumar a mala. Desde que as curvas estejam fora da programação. Outra coisa que me aflige são penhascos. A possibilidade de cair lá embaixo. No feriado de Páscoa, fomos pra Serra e adivinha? Gelei na subida e na descida. Pra piorar, o GPS desenhava antes a angulação de cada curva. Meus olhos calculavam o calafrio. Depois fui humilhada por motoqueiros que visivelmente se divertiam nas curvas: seus joelhos quase tocavam o chão, de tão inclinados! 

Lembrei da vez em que inventei de viajar no banco de trás, estudando com meu filho pra me distrair (coitado do guri). Você sofre nas curvas? É da turma que defende a velocidade constante? Se pudesse, só andava em linha reta? Te contando tudo isso, me encorajei um pouco a enfrentar esse medo na próxima viagem. A focar na trilha sonora, e não nas curvas. A tentar curtir a vista. Não quero ser uma velhinha medrosa. Já sonhei em ter uma casa na Serra. Vai que rola?        



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