Corte a caminho
Sindicato pede a Correios lista das agências que serão fechadas no Rio Grande do Sul
Diretoria da empresa aprovou em reunião sigilosa proposta de fechar 513 agências em todo o país. Presidente dos Correios defende enxugamento para modernizar estatal
A informação de que a diretoria e o Conselho de Administração dos Correios aprovaram em fevereiro deste ano o fechamento de agências e a demissão de servidores da estatal mobilizou o Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos do Estado (Sintect-RS). A entidade solicitou, oficialmente, que os Correios divulguem a lista das unidades que terão as atividades encerradas.
– Sabemos que existe esse movimento de fechamento de agências. Há algum tempo, nossa federação solicitou informações sobre isso, mas a empresa não enviou. Agora, com essa revelação feita no sábado, o nosso sindicato voltou a pedir acesso a essa lista. E se recebermos, vamos dar acesso ao público – conta o secretário de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos do RS, João Augusto de Moraes Gomes.
Segundo ele, nenhum número relativo ao Rio Grande do Sul vazou até o momento. E sobre demissões, o dirigente sindical avisa que a questão não é simples. Desligamentos de trabalhadores dos Correios, salienta ele, não podem ser imotivados.
No sábado (5), a Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo, revelou que a diretoria da empresa aprovou em fevereiro, em reunião sigilosa, proposta de fechamento de 513 agências e demissão de servidores. Segundo a publicação, a lista traz agências com faturamento significativo, como é o caso de Minas Gerais, onde 14 das 20 agências mais rentáveis deixariam de funcionar. Já em São Paulo, 167 agências encerrariam as atividades.
Fechamento de agências para modernização
Logo após a publicação, a direção da estatal tratou de negar que essa lista esteja fechada. Em entrevista ao mesmo jornal, o presidente interino dos Correios, Carlos Fortner, declarou que será aberta uma sindicância interna para apurar o vazamento da informação confidencial. Ele diz que o número de agências que serão fechadas ainda pode aumentar ou diminuir, a depender do estudo que mandou fazer e que pode ficar pronto nesta semana.
— Não é cabível numa empresa que quer ser modernizada, que quer se atualizar, que quer estar saudável, ter uma agência a 50 metros uma da outra, gastando com dois imóveis e assim por diante Copacabana (RJ) tem agências a um quarteirão da outra. Não faz o menor sentido isso — disse o presidente interino ao O Estado de S. Paulo.