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Coluna da Maga

Magali Moraes e a invisível caixa de correspondência

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

27/06/2018 - 10h00min


Miguel Neves / Divulgação

Para algumas pessoas, pegar correspondência é tarefa feita no automático. Abriu a caixinha, esticou a mão e pronto. Até mesmo quando o carteiro não passa, o hábito é repetido. Só pra confirmar que não ficou nada importante lá dentro. Na maioria das vezes é conta pra pagar. Talvez nem seja hábito, mas sim o comprometimento com as regras da vida. O ideal é abrir de manhã e começar o dia com a sensação do dever cumprido? Ou deixar pro turno da noite, encerrando com chave de ouro as obrigações? 

Caixas de correspondência foram feitas pra serem abertas. É um momento solene da vida adulta. Uma verdadeira caixinha de surpresas, capaz de provocar inúmeras reações. A esperança de ser a carta de um parente distante que deixou herança. A incredulidade de receber uma multa. A frustração de ver a propaganda do empreendimento imobiliário que você não pode pagar. A alegria de ser o aviso de chegada de uma encomenda. O choque de receber o convite de casamento da ex.

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Frequência

Pequenas no tamanho, gigantes no significado. Nas entrevistas de emprego, os recrutadores deveriam incluir uma pergunta esclarecedora sobre o comportamento humano: "com que frequência você pega sua correspondência?" Imagina se não pega! Melhor nem pensar em quem se nega a algo tão simples. Pois é. Agora vem a parte dramática dessa coluna. Tenho um problema com caixa de correspondência. É como se ela fosse invisível. Finjo que não vejo, esqueço, perco a chave, me faço de louca.

Meu casamento dá certo porque o meu marido assumiu essa tarefa. Que homem!! Eu poderia estar com o nome sujo na praça por não buscar as contas. Pago, mas não abro a correspondência. Ele adora, olha que sorte a minha! Fomos feitos um pro outro. Me dê qualquer tarefa da casa. Eu desço com o lixo, subo com as compras do súper, chamo os consertos. A correspondência é dele. Assunto encerrado. Conheço gente que se nega a atender o telefone. E você? Conta pra mim.    



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