Papo Reto
Manoel Soares e os corações alheios
Colunista manda um recado para quem não se importa com os sentimentos das outras pessoas
Uma vez, ouvi minha mãe dizer que, para cada coração que partimos, é um ano a menos que vivemos. A falta de cuidado com os sentimentos das pessoas pode atrair para a nossa vida energias que comprometem a relação com o mundo a nossa volta.
É a famosa lei do retorno, quem planta vento, colhe tempestade. Quando falamos de amores e afetos, aí o bicho pega. O ato sexual é não somente íntimo no corpo, mas também no espírito. Quando nosso corpo entra em outro ou permite que alguém entre em nós, propomos uma conexão onde, muitas vezes, a outra pessoa nos descarrega todos os seus "demônios".
Sabe aquela parada de conhecer uma pessoa, passar a noite com ela e, ao invés de sairmos leves e felizes, passarmos a semana pesados, como se estivéssemos carregando pedras nos ombros? Pois é, pode ser toda a carga negativa que ficou com o contato íntimo. Quando esse contato vem acompanhado de um expectativa frustrada de felicidade, o coração, que é uma máquina de sentimentos, ao invés de produzir amor, produz mágoa e rancor. Isso, aos poucos, nos destrói.
É diferente quando é em comum acordo. Se ambos sabem que os corações não podem criar laços, as possibilidades de anos a menos de vida reduzem, mas ainda assim existem, porque coração nem sempre obedece. Sendo assim, aviso aos malandros e malandras que gostam de fazer piruetas com sentimentos alheios: cuidado, a chapa pode esquentar.